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    Trump não expressou remorso por invasão ao Capitólio, relatam assessores

    Informação pode ser importante para julgamento do processo de impeachment contra o ex-presidente no Senado

    Donald Trump
    Donald Trump Foto: Carlos Barria/Reuters (13.nov.2020)

    Jim Acosta e Pamela Brown, da CNN

     

    Assessores do ex-presidente Donald Trump dizem que ele ainda não expressou remorso pelo cerco ao Capitólio dos Estados Unidos. A informação pode ser importante para a avaliação dos jurados do Senado após os gestores de impeachment (o equivalente à equipe de acusação) da Câmara divulgarem novos vídeos do violento ataque da multidão em 6 de janeiro.

    Um dos novos vídeos mostra o então vice-presidente Mike Pence e sua família sendo empurrados pelo Serviço Secreto enquanto o cerco estava em andamento. As imagens confirmam o que assessores de Pence disseram à CNN nos dias após a insurreição mortal. Eles ficaram indignados com Trump e acreditaram que ele havia colocado seu próprio vice-presidente em perigo.

    Pence, que planeja permanecer recolhido em casa durante o julgamento de impeachment, ainda não se reconciliou com Trump depois do que aconteceu, de acordo com uma fonte familiarizada com a situação.

    A fonte disse que Pence e Trump “discutiram tudo” o que aconteceu em 6 de janeiro. Mas, na época, os dois homens estavam mais focados em apenas chegar até o dia 20 de janeiro, o Dia da Posse.

    “Ele expôs seu ponto de vista na reunião”, disse a fonte sobre Pence, observando que havia algumas mágoas persistentes. Na reunião, Trump não expressou remorso por colocar Pence em uma situação angustiante, acrescentou a fonte.

     

    “Não é o estilo dele [de Trump]”, disse a fonte.

    No entanto, é provável que os dois homens consigam passar por cima do que aconteceu após os eventos de 6 de janeiro.

    “O tempo vai curar as coisas”, previu a fonte.

    Outro vídeo apresentado pelos democratas mostrou um membro da Polícia do Capitólio conduzindo o senador republicano Mitt Romney, de Utah, para longe da multidão.

    Um ex-assessor de Romney observou que é provável que o policial tenha salvado o senador de ferimentos graves ou coisa pior.

    “Foi pela graça de Deus”, disse o ex-assessor.

    Quanto ao cerco, um conselheiro disse que Trump queria ver uma demonstração de força de seus apoiadores naquele dia.

    “Trump gosta da força”, afirmou um assessor. “Ele viu pessoas lutando bravamente por ele”, acrescentou.

    Isso está de acordo com o que uma ex-autoridade da Casa Branca disse à CNN sobre a reação de Trump ao cerco. Segundo essa pessoa, Trump estava “amando” assistir à multidão.

    Uma estratégia de “e daí?” parece estar ser central na resposta da equipe de defesa Trump, que deve ser apresentada nos próximos dias. Assessores do ex-presidente passaram grande parte do segundo dia do julgamento postando vídeos antigos de alguns dos gestores do impeachment usando frases como “lute com todas as forças”.

    O único problema é que não houve uma insurreição que se seguiu quando os democratas se engajaram nesse tipo de retórica.

     

    Uma fonte próxima a Trump, que discutiu o caso de impeachment com ele, reconheceu que os fatos são “muito ruins” para o ex-presidente.

    A fonte disse à CNN que o novo vídeo era “inegavelmente forte”. Quando questionada se Trump tem algum remorso, a fonte riu e disse que, para Donald Trump, não há ofensa maior do que dizer “me desculpe”. A fonte acrescentou que os democratas percebem que podem não ser capazes de condenar Trump e impedi-lo de concorrer novamente, então estão fazendo a segunda melhor coisa: influenciar a opinião pública a ponto de ele não poder concorrer novamente.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).