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    Trump promete usar militares caso governantes não ajam contra ‘distúrbios’

    "Se as cidades se recusarem, eu vou destacar os militares dos EUA e rapidamente resolver o problema para eles", disse o presidente dos EUA

    Bernardo Barbosa, da CNN em São Paulo

    O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (1º) em Washington que vai recorrer a militares caso prefeitos e governadores não ajam contra “distúrbios” que têm ocorrido em meio a protestos pela morte de George Floyd — um homem negro assassinado por um policial branco na cidade de Minneapolis.

    “Se uma cidade ou estado se recusarem a adotar medidas necessárias para defender a vida e a propriedade de seus moradores, eu vou destacar os militares dos EUA e rapidamente resolver o problema para eles”, disse Trump em pronunciamento na Casa Branca.

    Trump afirmou ter dito a governadores que é o momento de “dominar” as ruas com uma maciça presença do aparato de segurança, e que está mobilizando todos os recursos federais, civis e militares, para conter distúrbios e saques. Ele disse “recomendar fortemente” aos governadores que recorram à Guarda Nacional.

    Mais cedo, a CNN noticiou que Trump incentivou governadores a responderem aos protestos com agressividade.

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    O presidente americano chegou a falar em “milhares” de militares e forças civis para conter o vandalismo na capital do país, Washington. Segundo ele, um toque de recolher às 19h na cidade será aplicado de forma rígida.

    Segundo Trump, “aqueles que ameaçam vidas inocentes e propriedades serão detidos e processados no total alcance da lei”.

    “Quero que os organizadores deste terror saibam que vão enfrentar severas punições criminais e longas sentenças na prisão”, afirmou o presidente.

    ‘Lei e ordem’

    Antes de prometer o uso de forças militares, o presidente dos EUA disse que “todos os americanos ficaram corretamente revoltados” com a morte de George Floyd, e afirmou que seu governo está comprometido em fazer justiça para sua família. “Ele não terá morrido em vão”, disse.

    Trump se apresentou ainda como “presidente da lei e da ordem, e aliado de todos os manifestantes pacíficos.”

    Trump voltou a dizer que os ataques à polícia feitos por manifestantes são “atos de terrorismo doméstico”, e que a “turba furiosa” não pode se sobrepor a protestos pacíficos.

    Enquanto o presidente americano discursava, policiais atiravam bombas de gás lacrimogênio nos arredores da Casa Branca, mostrou a CNN americana.

    Logo após o pronunciamento, Trump deixou a Casa Branca a pé, acompanhado de secretários e assessores, e foi até a igreja de São João — considerada a “igreja dos presidentes”, frequentada desde o século 19 por mandatários americanos. A igreja sofreu danos durante os recentes protestos em Washington.

    Na porta da igreja, diante das câmeras da imprensa, Trump ergueu uma Bíblia e disse que os EUA são “o melhor país do mundo”.

    Governadores rejeitam intervenção

    Protesto em Nova York contra racismo e violência policial
    Protesto em Nova York contra racismo e violência policial
    Foto: Mike Segar/Reuters (1º.jun.2020)

    Dois governadores democratas se pronunciaram sobre o anúncio de Trump e rejeitaram a oferta de mobilizar as tropas nacionais para conter os protestos em seus estados. 

    J.B. Pritzker, do Illinois, disse que não aceitará a proposta e que o presidente está tentando criar um “momento incendiário”.

    “Ele quer desviar o assunto de suas falhas com o coronavírus, falhas miseráveis, e agora que está vendo essa movimentação por causa da injustiça que aconteceu com George Floyd, [Trump] quer criar outro tópico para ser o presidente da ‘lei e da ordem'”, disse. 

    Pritzker também disse que a abordagem da Casa Branca em relação aos protestos é errada.

    “Os manifestantes pacíficos têm direito de estar lá. Eu vi o que aconteceu, estava assistindo à CNN quando as tropas avançaram e começaram a empurrar os protestantes, jogando bombas de gás. Esse não é o jeito que nos comportamos nos Estados Unidos”, disse. 

    Andrew Cuomo, de Nova York, também se manifestou de forma semelhante. “O presidente quer recriar a realidade aqui”, declarou. “Os saques e a atividade criminal são intoleráveis, mas o que o presidente fez hoje foi chamar os militares americanos contra os cidadãos americanos”. 

    Com Reuters

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