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    Trump diz que conseguiria libertação de repórter americano preso com Putin

    Evan Gershkovich, repórter do Wall Street Journal, foi detido na Rússia em março do ano passado sob acusações de espionagem; ainda não há data marcada para julgamento

    Ex-presidente dos EUA Donald Trump
    Ex-presidente dos EUA Donald Trump 02/04/2024REUTERS/Rebecca Cook

    Doina ChiacuTim Reidda Reuters

    Washington

    O candidato presidencial republicano e ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (23) que usará seu relacionamento com o presidente russo, Vladimir Putin, para libertar o repórter do Wall Street Journal, Evan Gershkovich, de uma prisão na Rússia.

    A promessa foi ridicularizada pela campanha do atual presidente e candidato à reeleição, Joe Biden.

    Trump escreveu em sua própria plataforma de rede sociais, a Truth Social, que o jornalista será libertado pouco após a eleição presidencial de 5 de novembro, caso ele vença a disputa.

    “Evan Gershkovich, o repórter do Wall Street Journal, que está detido pela Rússia, será libertado quase imediatamente após a eleição, mas definitivamente antes que eu assuma o cargo. Ele estará em casa, seguro e com sua família”, disse o candidato republicano.

    “Vladimir Putin, presidente da Rússia, fará isso por mim, mas não por mais ninguém, e nós não pagaremos nada!”, acrescentou.

    O jornalista foi preso na Rússia em março do ano passado sob acusações de espionagem que ele, o Wall Street Journal e o governo Biden negaram. Gershkovich passou mais de um ano em uma prisão de Moscou, sem data marcada para julgamento.

    A embaixadora dos EUA, Lynne Tracy, visitou Gershkovich na detenção e disse que ele estava “mantendo um humor positivo enquanto esperava o início do julgamento de um crime que ele não cometeu”, de acordo com uma postagem no canal Telegram da embaixada dos EUA em Moscou.

    Trump não se referiu a contatos com Putin nem disse que motivos tinha para acreditar que o líder russo libertaria o jornalista.

    A campanha do candidato republicano também não abordou questões sobre se o ex-presidente ou os seus conselheiros estiveram em contato com Putin ou com a equipe de Gershkovich.

    O porta-voz da campanha do empresário, Steven Cheung, se pronunciou dizendo: “Só há uma pessoa que pode negociar o regresso seguro do Sr. Gershkovich de volta à sua família – o Presidente Trump”.

    Ao ser questionado sobre a postagem, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Putin “naturalmente não teve contatos com Donald Trump”.

    A campanha de Biden acusou o candidato republicano de usar americanos presos injustamente como apoios políticos e assegurou que a libertação do jornalista continua a ser uma prioridade do governo.

    “Donald Trump não dá a mínima para os americanos inocentes presos injustamente por Vladimir Putin”, disse o conselheiro de campanha de Biden, TJ Ducklo, por e-mail.

    “Trump chamou os jornalistas de ‘inimigos do povo’ e prometeu prender repórteres cuja cobertura ele não gosta – não muito diferente do que está acontecendo agora com Evan Gershkovich na Rússia.”

    Putin disse em fevereiro que talvez fosse possível libertar o repórter em troca de Vadim Krasikov, um russo que cumpre pena de prisão perpétua na Alemanha por homicídio.

    O porta-voz do Kremlin reiterou declarações anteriores do governo russo de que os contatos com Washington relativos a qualquer troca de prisioneiros devem ser conduzidos “em completo silêncio e de forma absolutamente discreta. Esta é a única forma de serem eficazes”.

    Em dezembro de 2022, após meses de negociações, a estrela do basquete americana, Brittney Griner, foi libertada em uma troca de prisioneiros com Moscou.

    A atleta foi libertada em troca do traficante de armas russo Viktor Bout.

    No início daquele ano, a Rússia libertou o ex-fuzileiro naval dos EUA, Trevor Reed, e os EUA libertaram o piloto russo, Konstantin Yaroshenko.

    Durante a sua presidência, entre 2017 e 2021, Trump expressou admiração por Putin. Em 2018, o ex-presidente se recusou a culpar o líder russo pela intromissão nas eleições americanas de 2016, lançando dúvidas sobre as descobertas das suas próprias agências de inteligência e gerando críticas a nível interno.

    O candidato republicano também afirmou que poderia acabar com a guerra na Ucrânia em 24 horas após regressar à Casa Branca, embora não tenha dito como o faria.