Três jornalistas morrem em ataque aéreo de Israel no Líbano, diz mídia estatal
Militares israelenses disseram à CNN que estavam "analisando os relatórios"
A mídia estatal libanesa disse que um ataque aéreo israelense matou três jornalistas no sul do Líbano durante a noite de quarta-feira (24), no horário local.
O ataque atingiu uma casa de hóspedes na cidade de Hasbaiya, mostraram imagens geolocalizadas pela CNN. Um capacete azul de imprensa e um colete podiam ser vistos entre os escombros de um prédio danificado.
Um cinegrafista e um engenheiro de transmissão que trabalhavam para o canal de TV Al Mayadeen, sediado no Líbano, foram mortos, disse a emissora.
Outro cinegrafista que trabalhava para o canal de TV Al-Manar, afiliado ao Hezbollah, também foi morto, disse a Al Mayadeen TV.
Os militares israelenses disseram à CNN que estavam “analisando os relatórios”.
No início deste mês, a Federação Internacional de Jornalistas disse que bombardeios israelenses mataram pelo menos cinco jornalistas e profissionais da mídia no sul do Líbano desde o início da guerra entre Israel e Hamas em 7 de outubro de 2023.
Dois deles foram mortos desde que a escalada mais recente de Israel começou no mês passado.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º de outubro marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense no dia 16 de outubro, na cidade de Rafah.
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