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    Teremos eventos climáticos extremos com mais frequência, diz presidente do Proam

    À CNN, Carlos Bocuhy reforçou que ‘não há mais tempo’ para postergar decisões que amenizem mudanças climáticas

    Amanda Garcia, da CNN, em São Paulo

    À CNN nesta segunda-feira (9), o presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), Carlos Bocuhy, disse que o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) aponta que “não há mais tempo de postergar qualquer tipo de decisão” que mitigue o aquecimento global.

    Segundo o IPCC, no melhor dos cenários, a temperatura do planeta deve alcançar 1,5 grau de aquecimento ao longo das próximas duas décadas.

    “Já estamos no limiar aceitável, em que começaremos a ter eventos extremos muito frequentes”, afirmou Bocuhy. Entre eles, estão enchentes, incêndios, secas e mais fenômenos climáticos.

    Ele reforça que o relatório é conclusivo e “obrigatoriamente faz com que a humanidade tenha que interferir na matriz energética.”

    “Temos que mudar nossa forma de viver, nossa matriz energética e não há mais tempo para que as medidas não sejam tomadas, têm que ser imediatas”, alertou.

    Bocuhy acredita que, até 2030, o quadro não será revertido: “É impossível que o mundo consiga conter as emissões até lá, toda a matriz mundial tem um forte laço nas emissões de gases de efeito estufa, China, Índia, Estados Unidos e mesmo o Brasil, que é o 6º maior emissor, não estão tomando as medidas de contenção.”

    No caso do Brasil, para Bocuhy, o “grande ativo é a Amazônia”: “O País tem que investir maciçamente na proteção da Amazônia se quiser manter o equilíbrio hidrológico.”

    A perspectiva, hoje, é de que a Amazônia passe por um processo de desertificação, se transformando em savana. “A Amazônia está perdendo a capacidade de fotossíntese, está chegando ao ponto de não retorno.”

    E os problemas serão, na visão de Carlos Bocuhy, generalizados: “Episódios extremos, que são naturais, vão ser potencializados pela quantidade de gases na atmosfera, e os problemas podem ser piores, como a insegurança alimentar, já que, se não fizer lição de casa, o Brasil vai perder as áreas agrícolas.”

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