Tentativa de golpe na Bolívia: Soldados começam a deixar proximidades do palácio presidencial
Presidente boliviano nomeou novos chefes militares
Soldados e veículos militares do Exército da Bolívia estão deixando as proximidades do palácio presidencial do país após o que o presidente Luis Arce afirmou ser uma tentativa de golpe de Estado.
A retirada das tropas foi ordenada pelos novos chefes militares da Bolívia que foram nomeados por Arce.
Uma testemunha da agência de notícias Reuters viu um veículo blindado bater em uma porta do palácio presidencial e soldados entrarem correndo.
Presidente denuncia tentativa de golpe
Arce denunciou a mobilização de algumas unidades do exército em La Paz lideradas pelo general Juan José Zuniga, alertando para a tentativa de golpe de Estado.
“Hoje, o país enfrenta uma tentativa de golpe de Estado. Hoje, o país enfrenta mais uma vez interesses para que a democracia na Bolívia seja interrompida”, afirmou o presidente em comentários do palácio presidencial, com soldados armados do lado de fora.
“O povo boliviano está convocado hoje. Precisamos que o povo boliviano se organize e se mobilize contra o golpe de estado em favor da democracia”, adicionou.
Quem é o general que liderou tentativa de golpe?
Desde 2022, Juan José Zuñiga serviu como comandante-chefe do Exército da Bolívia. Ele foi preso na tarde desta quarta, após liderar a tentativa de golpe, segundo uma testemunha da agência de notícias Reuters.
Na segunda-feira (24), o militar fez declarações polêmicas contra o ex-presidente boliviano Evo Morales, dizendo que ele “não pode mais ser presidente deste país”.
Suas declarações custaram-lhe o cargo, já que o governo decidiu demiti-lo na terça-feira (25). Porém, o militar se revoltou contra o Executivo, liderando o levante.
Saiba mais sobre o general através desta matéria.
Procuradores iniciam investigação
O Ministério Público da Bolívia disse nesta quarta-feira (26) que iniciará uma investigação criminal contra o general Juan José Zuniga e outros participantes por liderarem o que o governo e os líderes internacionais condenaram como uma tentativa de golpe.
Lula diz que “golpe nunca deu certo” e presta solidariedade
Ao ser perguntado pela CNN em entrevista coletiva nesta quarta, Lula destacou que pediu informações sobre a situação na Bolívia.
“Eu quero informação, então eu pedi para o ministro Mauro ligar para Bolívia, ligar para o presidente, ligar para o embaixador brasileiro, para a gente ter certeza, para a gente poder ter uma posição”, disse Lula.
“Como eu sou um amante da democracia, eu quero que a democracia prevaleça na América Latina. O golpe nunca deu certo”, o líder brasileiro acrescentou.
Ele também fez uma publicação nas redes sociais reafirmando o compromisso do Brasil “com o povo e a democracia no país irmão presidido por Luis Arce
Itamaraty condena tentativa de golpe
O Itamaraty também publicou uma nota condenando “nos mais firmes termos” a tentativa de golpe.
“O governo brasileiro manifesta seu apoio e solidariedade ao Presidente Luis Arce e ao Governo e povo bolivianos”, destaca a nota.
“Nesse contexto, estará em interlocução permanente com as autoridades legítimas bolivianas e com os Governos dos demais países da América do Sul no sentido de rechaçar essa grave violação da ordem constitucional na Bolívia e reafirmar seu compromisso com a plena vigência da democracia na região”, adiciona.
EUA monitoram situação
Os Estados Unidos estão monitorando de perto a situação na Bolívia e pedem calma e moderação, disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, nesta quarta-feira (26).
Líderes mundiais condenam ação militar
Diversos líderes mundiais expressaram preocupação pela situação na Bolívia.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, se manifestou pelas redes sociais.
“Do Chile, expresso minha preocupação pela situação na Bolívia. Expressamos nosso apoio à democracia no país irmão e ao governo legítimo de Luis Arce”, destacou.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, condenou a situação na Bolívia, enviando solidariedade a Luis Arce.
“O Exército deve submeter-se ao poder civil legitimamente eleito, alertou.
Almagro também destacou que não será tolerada “qualquer violação da ordem constitucional legítima”.
Evo Morales, ex-presidente boliviano, acusou as tropas de estarem planejando um golpe de Estado sob comando do general Juan José Zuniga.
Ele pediu por “mobilização nacional para defender a democracia”.
“Não permitiremos que as Forças Armadas violem a democracia e intimidem o povo”, concluiu.
Veja a repercussão completa de líderes mundiais nesta matéria.