“Temos segurança de que prédios onde estão brasileiros não serão bombardeados”, diz embaixador do Brasil na Palestina
Segundo embaixador Alessandro Candeas, o Brasil tem informado o governo de Israel a localização da residência temporária e os eventuais deslocamentos dos brasileiros
O embaixador Alessandro Candeas, representante do Brasil junto à Palestina, disse ter segurança de que os prédios e as casas que abrigam brasileiros na região sul da Faixa de Gaza não serão alvos de ataques.
Segundo Candeas, o Brasil tem informado o governo de Israel a localização da residência temporária e os eventuais deslocamentos dos brasileiros. A comunicação às autoridades israelenses é feita com o apoio da Embaixada do Brasil em Tel Aviv.
“Todo deslocamento e toda a residência temporária dos brasileiros é informada ao governo israelense para que não corram o risco de serem bombardeados. Evidentemente e infelizmente há bombardeio nas regiões próximas, nos bairros próximos, mas temos a segurança de que os prédios e as casas onde estão os brasileiros não serão bombardeados”, disse o embaixador.
Os bombardeios têm aumentado na região, onde cerca de 30 brasileiros aguardam a abertura da fronteira com o Egito para serem repatriados. Eles estão nas cidades de Rafah e de Khan Yunis. Um avião da Força Aérea Brasileira aguarda o grupo em Cairo, capital egípcia.
O brasileiro Hasan Rabee, que está em Khan Yunis, disse nesta segunda-feira (23) estar vivendo o momento mais difícil desde o início do conflito entre Israel e Hamas.
“Está um momento terrível. Noite passada teve muito bombardeio. A gente ficou rezando junto. Eu, minha esposa, minha família ficamos na sala para tentar proteger o máximo possível. Não conseguimos dormir um segundo, as crianças chorando, bombardeio caindo em todo o canto. Uma noite bem terrível, a gente nem imaginava que ia sair dessa noite”, disse Rabee.
Proteção a brasileiros em Gaza
O atendimento aos brasileiros em Gaza é feito pela equipe da Representação na Palestina, que se divide em duas equipes. Uma –formada por diplomatas brasileiros — fica em Jerusalém cuidando da estratégia e segurança. A outra — formada por brasileiros-palestinos e palestinos — fica em Ramallah, na Cisjordânia, responsável pela parte operacional, administrativo e providências consulares.
O trabalho se divide em três partes: salvar os brasileiros da zona de combate; aliviar e proteger os brasileiros da catástrofe humanitária em Gaza e fazer a repatriação através da abertura da passagem de Rafah.
A Representação do Brasil junto à Palestina mantém contato com os brasileiros em Gaza por meio de um grupo de WhatsApp. O governo brasileiro tem enviado dinheiro para que o grupo possa comprar alimentos, água e remédios.