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    Talibã diz que fracasso em reconhecer seu governo pode ter efeitos globais

    Nenhum país reconheceu formalmente o governo do Talibã desde que os insurgentes tomaram o país em agosto, enquanto bilhões de dólares em ativos e fundos afegãos no exterior também foram congelados

    Afirmação foi feita pelo porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid
    Afirmação foi feita pelo porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid 06/09/2021REUTERS/Stringer

    Da Reuters

    O Talibã pediu aos Estados Unidos e outros países, neste sábado (30), que reconheçam seu governo no Afeganistão, e afirmou que o fracasso em fazê-lo e o congelamento contínuo dos fundos afegãos no exterior levariam a problemas não apenas para o país, mas para o mundo.

    Nenhum país reconheceu formalmente o governo do Talibã desde que os insurgentes tomaram o país em agosto, enquanto bilhões de dólares em ativos e fundos afegãos no exterior também foram congelados, mesmo enquanto o país enfrenta graves crises econômicas e humanitárias.

    “Nossa mensagem para a América é: ‘se o não reconhecimento continuar, os problemas do Afeganistão continuam, o que é um problema da região que pode se transformar em um problema para o mundo”, disse o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, a jornalistas em entrevista coletiva neste sábado.

    Ele disse que o motivo pelo qual o Talibã e os Estados Unidos entraram em guerra na última vez também foi porque os dois não tinham laços diplomáticos formais.

    Invasão americana

    Os Estados Unidos invadiram o Afeganistão em 2001 após o ataque de 11 de setembro de 2001, depois que o governo do Talibã se recusou a entregar o chefe da Al Qaeda, Osama bin Laden.

    “Essas questões que causaram a guerra poderiam ter sido resolvidas por meio de negociação, também poderiam ter sido resolvidas por meio de um compromisso político”, disse Mujahid.

    Ele acrescentou que o reconhecimento é um direito do povo afegão.

    Reconhecimento

    Embora nenhum país tenha reconhecido o governo do Talibã, altos funcionários de vários países se reuniram com a liderança do movimento em Cabul e no exterior.

    A última visita foi do ministro do Exterior do Turcomenistão, Rasit Meredow, que esteve em Cabul. Os dois lados discutiram a rápida implementação do gasoduto Turcomenistão-Afeganistão-Paquistão-Índia (TAPI), disse Mujahid anteriormente no Twitter.

    O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, se reuniu com autoridades do Talibã no Catar no início desta semana.

    Mujahid disse neste sábado que a China prometeu financiar a infraestrutura de transporte e dar às exportações de Cabul acesso aos mercados chineses através do vizinho Paquistão.

    Mujahid também falou sobre os problemas enfrentados nas travessias de fronteira, especialmente com o Paquistão, que viu fechamentos e protestos frequentes nos últimos dias. As travessias são cruciais para o Afeganistão, que não tem litoral.

    Ele disse que conversas sérias sobre o assunto foram realizadas quando o ministro das Relações Exteriores do Paquistão viajou para Cabul na semana passada.