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    Tailândia voltará a criminalizar a maconha; premiê promete ser mais rígido

    Essa medida acontece mesmo com o rápido crescimento do setor varejista doméstico da erva, em que nos últimos dois anos milhares de lojas e empresas de maconha têm surgindo no país

    Panu Wongcha-umPanarat Thepgumpanatda Reuters , em Bangkok

    Até o final do ano, a Tailândia voltará a classificar a maconha como um narcótico, disse o primeiro-ministro na terça-feira (7).

    A medida representa uma reviravolta surpreendente, dois anos depois de se tornar um dos primeiros países da Ásia a descriminalizar a maconha para uso recreativo.

    Essa medida acontece mesmo com o rápido crescimento do setor varejista doméstico de maconha, em que, nos últimos dois anos, milhares de lojas e empresas de maconha têm surgindo na Tailândia. Setor esse que segundo as projeções, valerá até US$ 1,2 bilhão até 2025.

    “Quero que o Ministério da Saúde altere as regras e recoloque a cannabis na lista de narcóticos”, disse o primeiro-ministro Srettha Thavisin na plataforma de mídia social X.

    O primeiro-ministro disse ainda que “o ministério deve emitir rapidamente uma regra para permitir seu uso apenas para fins médicos e de saúde.”

    Em 2018, a cannabis foi descriminalizada para uso médico e, em 2022, para uso recreativo, mas os críticos afirmam que a legalização foi feita às pressas, causando uma enorme confusão sobre as regras e regulamentos.

    Os comentários de Srettha vieram depois de uma reunião com agências envolvidas na repressão ao narcotráfico, na qual ele prometeu adotar uma posição dura em relação às drogas ilícitas e ordenou que as autoridades apresentassem resultados e mostrassem “progresso efetivo” nos próximos 90 dias.

    “As drogas são um problema que destrói o futuro do país, muitos jovens são viciados. Temos que trabalhar rápido, confiscar bens (de traficantes de drogas) e expandir o tratamento”, disse o primeiro-ministro

    Ele também pediu às autoridades que redefinissem o que é considerado posse de drogas segundo a lei, passando de “pequena quantidade” para “um comprimido”, a fim de permitir uma atuação mais rígida das autoridades.

    O governo de Srettha disse anteriormente que deseja aprovar uma lei sobre a maconha até o final do ano, que proibiria a maconha recreativa e permitiria seu uso apenas para fins médicos e de saúde.

    Não ficou claro quando a maconha voltará a ser listada como narcótico ou quais processos devem ser realizados primeiro.

    Prasitchai Nunual, secretário-geral da Cannabis Future Network da Tailândia, disse que a descriminalização da maconha seria uma medida ruim para economia e um grande golpe para pequenas empresas e consumidores.

    “Muitas pessoas têm cultivado cannabis e aberto lojas de cannabis. Elas terão que fechar”, disse ele à Reuters.

    “Se os resultados científicos mostrarem que a maconha é pior do que o álcool e o cigarro, eles poderão listá-la novamente como um narcótico. Se a maconha for menos prejudicial, eles deveriam listar os cigarros e o álcool como narcóticos também.”

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