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    Suspeito de matar manifestantes no Wisconsin era aficionado por armas

    Adolescente de 17 anos fez parte de programa de cadetes juvenis da polícia; há relatos de que ele participou de comício de Donald Trump em janeiro

    Christina Maxouris e Paul Murphy, da CNN

    O suspeito de matar uma pessoa durante um protesto contra violência policial em Kenosha, no estado norte-americano do Wisconsin, é ex-membro de um programa de cadetes juvenis da polícia. De acordo com a investigação e com imagens dele na internet, o jovem, de 17 anos, tem afinidade com armas.

    Em Grayslake – cerca de 16 quilômetros de Antioch e a 30 quilômetros de Kenosha – o chefe de polícia Phillip Perlini disse que o suspeito é um ex-cadete de segurança pública.

    Esse programa é descrito na internet como uma oportunidade para jovens explorarem carreiras na área de segurança. Devido à idade do suspeito e à lei estadual, Perlini disse que o departamento não poderia dar mais detalhes.

    O atirador foi preso na quarta-feira e acusado de homicídio doloso, disse a polícia de Antioch em um comunicado à imprensa. Ele permanece sob custódia do Sistema Judicial do condado de Lake, onde fica a cidade, aguardando a extradição para o Wisconsin, disse o comunicado.

    O adolescente foi acusado de ser o autor de uma das mortes durante protestos na noite de terça-feira, Há o registro, no entanto, de que duas pessoas foram mortas e uma terceira ficou gravemente ferida, disse a polícia de Kenosha.

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    A polícia ainda não informou quem seria o responsável pela segunda morte e também não deu mais detalhes sobre o incidente pelo qual o jovem foi acusado.

    As vítimas foram identificadas como um homem de 26 anos de Silver Lake, no Wisconsin, e outro de 36 anos de Kenosha.

    Os disparos fatais foram registrados em meio a protestos motivados pelo caso Jacob Blake, homem negro baleado por policiais brancos em Kenosha.

    Vídeos que circularam nas redes sociais mostram uma pessoa com uma arma de cano longo correndo pela rua, seguida por uma multidão. O indivíduo cai no chão e parece começar a atirar. Vários tiros são ouvidos.

    As redes sociais do suspeito

    Perfis online, que parecem pertencer ao suspeito, retratam um jovem branco, que tinha afinidade com armas, pró-polícia e apoiador do presidente norte-americano, Donald Trump.

    Um vídeo postado em uma conta do Snapchat – que acredita-se pertencer ao suspeito – comprovaria que ele estava no local dos protestos na noite de terça-feira.

    Os clipes mostram alguns segundos do ponto de vista de alguém carregando um fuzil. Também é possível ouvir avisos da polícia usando alto-falantes.

    Em vídeos postados por um perfil no TikTok, indivíduos podem ser vistos praticando tiro ao alvo e montando um fuzil de cano longo.

    O suspeito também postou um pequeno vídeo de um comício de Trump no início deste ano em Des Moines, no estado de Iowa, em uma de suas contas no TikTok. O presidente não aparece no vídeo.

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    A conselheira de Trump, Kellyanne Conway, respondeu a relatos de que o suspeito de matar pelo menos uma pessoa no Wisconsin, participou de um comício de Trump em janeiro. 

    Ela disse estar ciente dos relatos da mídia, mas afirmou que a Casa Branca “não é responsável pela conduta privada das pessoas que vão aos comícios”.

    No perfil do adolescente no Facebook e na biografia do TikTok, há referências a “Blue Lives Matter” (Vidas Azuis Importam), um contramovimento que defende que pessoas condenadas por matar policiais devem enfrentar estatutos de crime de ódio.

    Em uma publicação de 22 de dezembro de 2018, ele disse que pediu, de presente de aniversário, doações para uma organização sem fins lucrativos chamada “Humanizing the Badge” (Humanizando o distintivo, em tradução livre).

    No pedido, um texto que dizia que o grupo buscava “forjar relacionamentos mais fortes entre os agentes da lei e as comunidades a que servem”.

    Cidadãos pediram para ajudar xerife

    Em entrevista após as mortes na terça-feira, o xerife do condado de Kenosha, David Beth, disse que recebeu pedidos de membros da comunidade para delegar autoridade a cidadãos a fim de que possam ajudar a polícia a responder aos protestos.

    “O que aconteceu ontem à noite é o motivo perfeito pelo qual eu não faria isso”, disse Beth, na quarta (26). “Uma vez que eu autorize alguém, essa pessoa se enquadra na Constituição do estado de Wisconsin.”

    O xerife disse que delegar autoridade a cidadãos seria uma responsabilidade para ele, para o condado e para o estado.

    “Um grupo queria que eu delegasse pessoas que estavam armadas. Essa pessoa estava armada”, disse Beth, referindo-se ao suspeito preso pelos disparos. “Ele poderia ter feito parte desse movimento.”

    Em um comunicado, o procurador-geral de Wisconsin, Josh Kaul, condenou a violência.

    “Embora as duas pessoas mortas e a pessoa ferida por tiros ainda não tenham sido identificadas, estamos pensando em seu futuro destruído e em seus amigos e familiares que viverão com essa dor avassaladora”, disse o comunicado.

    Ele disse que a comunidade merece uma chance de se curar e pediu para “vigilantes fortemente armados e outros oportunistas que estão em Kenosha para estimular o caos” deixarem a cidade.

    “Se aqueles que se envolvem em violência e destruição de propriedade acreditam que estão promovendo algum objetivo mais amplo, eles estão errados”, disse Kaul.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês)

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