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    Suspeito admitiu ataque que matou 7 pessoas em Illinois, diz promotor

    Juiz negou a liberdade sob fiança de Robert Crimo, de 21 anos; homem enfrenta sete acusações de assassinato em primeiro grau

    Brendan O'Brienda Reuters

    O homem acusado de disparar um fuzil semiautomático em um desfile do Dia da Independência em Highland Park, Illinois, perto de Chicago, nos Estados Unidos, admitiu às autoridades a autoria do ataque que deixou sete pessoas mortas, informou um dos promotores durante o julgamento desta quarta-feira (6).

    Esta foi primeira aparição do suspeito Robert Crimo, de 21 anos, ao tribunal, onde foi negada a sua libertação sob fiança.

    Crimo apareceu, na prisão e vestido de preto, na audiência de fiança perante o juiz Theodore Potkonjak por meio de uma transmissão de vídeo, dois dias após o ataque realizado durante a celebração do feriado de 4 de julho.

    O homem enfrenta sete acusações de assassinato em primeiro grau.

    Ben Dillon, promotor do condado, disse ao tribunal que o suspeito confessou o crime logo depois de ser preso. Não houve contestação na audiência.

    Crimo falou apenas brevemente para confirmar que não tinha advogado. Um defensor público foi nomeado para representá-lo.

    “Ele representa, de fato, uma ameaça específica e presente para a comunidade”, argumentou o juiz ao ordenar que ele permaneça detido.

    Autoridades disseram na terça-feira (5) que Crimo planejou o ataque por semanas antes de subir em um beco e disparar mais de 70 tiros aleatoriamente nos espectadores do evento e fugir vestido com roupas femininas e maquiagem para cobrir suas tatuagens faciais e se misturar entre a multidão.

    Pelo menos sete pessoas morreram e mais de três dezenas foram hospitalizadas com ferimentos de bala e outros machucados.

    O suspeito foi preso mais tarde na segunda-feira (4), quando foi parado pela polícia dirigindo o carro de sua mãe. Segundo a polícia, ele dirigiu para Wisconsin e voltou para Illinois.

    Um rifle semiautomático Smith & Wesson, semelhante a um AR-15, usado no tiroteio foi encontrado no local, e o Crime tinha uma arma semelhante no carro de sua mãe quando foi preso.

    Se condenado por sete acusações de assassinato em primeiro grau, ele enfrentará uma sentença de prisão perpétua obrigatória sem possibilidade de liberdade condicional, explicou Eric Reinhart, procurador do condado de Lake, ao anunciar as acusações na terça.

    Reinhart disse que mais acusações devem ser feitas.

    A Crimo deve comparecer ao tribunal novamente em 28 de julho.

    A polícia disse não ter evidências imediatas de qualquer base antissemita ou racista para o ataque. A comunidade local tem uma grande comunidade judaica.

    Os investigadores estavam revisando vídeos que Crimo havia postado nas mídias sociais contendo imagens violentas.

    Os pais de Crimo disseram em um comunicado divulgado por seu advogado pedindo por privacidade.

    “Somos todos mães e pais, irmãs e irmãos, e esta é uma tragédia terrível para muitas famílias, para as vítimas, para os participantes do desfile, para a comunidade e para a nossa família”, disseram. “Nossos corações, pensamentos e orações vão para todos”.

    Crimo havia entrado no radar da polícia em duas ocasiões

    O sargento Chris Covelli, porta-voz do escritório do xerife do condado de Lake, disse que Crimo comprou legalmente cinco armas ao todo, incluindo rifles e pistolas.

    Ele chamou a atenção da polícia em duas ocasiões anteriores por seu comportamento supostamente sugerir que ele poderia prejudicar a si mesmo ou a outros.

    A primeira vez foi por meio uma ligação de emergência para o 911, em abril de 2019. O telefonema relatava que Crimo havia tentado suicídio.

    Em seguida, em setembro daquele ano, por uma visita policial que denunciou o homem por sobre supostas ameaças dirigias à família sobre “matar todo mundo”, contou Covelli.

    A polícia, que respondeu ao segundo incidente, apreendeu uma coleção de 16 facas, um punhal e uma espada acumulados em sua casa, embora nenhuma prisão tenha sido feita porque as autoridades na época não tinham uma causa provável para levá-lo sob custódia, explicou Covelli.

    Lei da Bandeira Vermelha

    As autoridades não conseguiram explicar como Crimo evidentemente passou pelas salvaguardas de uma lei de “bandeira vermelha” de Illinois projetada para impedir que pessoas consideradas com tendências violentas conseguissem armas.

    A Polícia do Estado de Illinois disse em um comunicado que as facas foram devolvidas à família mais tarde, no mesmo dia em que foram confiscadas, depois que o pai disse às autoridades que os objetos eram seus e eram guardados no armário do filho por segurança.

    A organização estadual reconheceu ter recebido um relatório das autoridades locais declarando Crimo um “perigo claro e presente” após a suposta ameaça de setembro de 2019 à sua família.

    A instituição informou que encerrou o caso depois de determinar que Crimo não tinha carteira de identidade do proprietário da arma para revogar nem um pedido para negar.

    Nenhum dos incidentes de 2019 apareceu nas quatro verificações de antecedentes realizadas durante suas compras subsequentes de armas de fogo.

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