Suposto balão espião fazia parte de programa maior de coleta de dados, diz Casa Branca
John Kirby também comentou sobre outros objetos não identificados abatidos neste final de semana
O coordenador do Conselho de Segurança Nacional para comunicações estratégicas dos Estados Unidos, John Kirby, disse que o suposto balão espião chinês que foi abatido na semana passada forneceu inteligência “limitada” à China.
Ele afirmou que o objeto fazia parte do programa de balões de alta altitude da República Popular da China para coleta de informações.
“Avaliamos que, neste momento, esses balões forneceram capacidades adicionais limitadas às outras plataformas de inteligência da China usadas nos Estados Unidos”, destacou Kirby em uma coletiva de imprensa na Casa Branca nesta segunda-feira (13).
“Mas, no futuro, se a China continuar avançando com essa tecnologia, ela certamente poderá se tornar mais valiosa para eles”, acrescentou.
O coordenador pontuou ainda que o programa chinês de balões estava operando durante o governo Trump, mas os objetos não foram detectados na época. Assim, os EUA estão trabalhando para entender e rastrear melhor esses ativos de inteligência.
Outros objetos abatidos
Kirby ressaltou que esforços estão sendo feitos para recuperar os destroços de objetos menores e de baixa altitude derrubados na costa do Alasca, sobre o Canadá e sobre o Lago Huron no fim de semana.
Em contraste com o balão de vigilância chinês do último fim de semana, eles voavam baixo o suficiente para representar uma ameaça ao tráfego aéreo civil.
“Estamos focados em confirmar sua natureza e propósito, inclusive por meio de esforços intensivos para coletar detritos nos locais remotos onde caíram”, destacou.
“Em cada instância, seguimos o mesmo curso básico, avaliando se eles representavam alguma ameaça cinética para as pessoas no solo. No caso, não; avaliamos se eles estavam enviando algum sinal de comunicação — não detectamos nenhum”, informou o coordenador.
“Nós olhamos para ver se eles estavam manobrando ou tinham alguma capacidade de propulsão – não vimos sinais disso; e nos certificamos de determinar se eles eram tripulados ou não”, adicionou.
Todas as três missões foram concluídas “com sucesso e segurança” e os esforços de recuperação estão em andamento, embora o governo reconheça que todos os três objetos foram abatidos “em terreno bastante remoto – gelo e deserto”, o que complicou os esforços de reconhecimento.
*DJ Judd, da CNN, contribuiu para esta reportagem
*publicado por Tiago Tortella, da CNN