Suécia e Finlândia tentam evitar crise energética após Rússia fechar gasoduto
Países pretendem oferecer US$ 33 bilhões em garantias; ministro finlandês alertou para o risco de que a indústria de energia tenha uma crise semelhante à de 2008
A Finlândia e a Suécia anunciaram neste domingo (4) planos para oferecer bilhões de dólares em garantias de liquidez para empresas de energia em seus países depois que a russa Gazprom fechou o gasoduto Nord Stream 1, aprofundando a crise energética da Europa.
A Finlândia pretende oferecer 10 bilhões de euros (R$ 51,48 bilhões), enquanto a Suécia pode repassar 250 bilhões de coroas suecas (R$ 119,88 bilhões).
“Isso teve os ingredientes para uma espécie de Lehman Brothers da indústria de energia”, disse o ministro finlandês de Assuntos Econômicos, Mika Lintila, neste domingo.
Ele fez referência a quando o Lehman Brothers, então quarto maior banco de investimento dos Estados Unidos, entrou com pedido de falência em setembro de 2008 com mais de 600 bilhões de dólares em dívidas, desencadeando os piores momentos da crise financeira dos EUA.
“O programa do governo é uma opção de financiamento de último recurso para empresas que seriam ameaçadas de insolvência”, afirmou a primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, em entrevista coletiva.
A medida visa impedir o aumento das garantias necessárias para empresas de energia que comercializam eletricidade na bolsa Nasdaq Commodities, um evento que, por sua vez, pode se espalhar e afetar o setor financeiro, disseram os governos.
Os menores fluxos de gás vindos da Rússia antes e depois da invasão da Ucrânia, em fevereiro, elevaram os preços do combustível na Europa e aumentaram os custos da eletricidade.
O rápido aumento nos valores resultou em perdas de contratos futuros de eletricidade, forçando as empresas a encontrar fundos para depositar garantias adicionais nas bolsas.