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    STJ decide que suposto espião russo que dizia ser brasileiro continuará preso

    Sergey Cherkasov está em prisão preventiva, sendo acusado de uso de documento falso e investigado por atos de espionagem, lavagem de dinheiro e corrupção

    Da CNN

    O Superior Tribunal de Justiça (STJ) indeferiu um pedido de liberdade apresentado pela defesa de Sergey Vladimirovich Cherkasov, suposto espião russo que viveu nos Estados Unidos e dizia ser brasileiro.

    A solicitação foi negada pela ministra Maria Thereza de Assis Moura, presidente do órgão. Sergey está em prisão preventiva, acusado de uso de documento falso e investigado por atos de espionagem, lavagem de dinheiro e corrupção.

    Para pedir o habeas corpus de forma liminar, a defesa pontuou que, embora ele já tenha sido condenado e aguarde julgamento de apelação no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), o tempo da prisão preventiva seria excessivo, passando de 460 dias.

    Além disso, ainda segundo os representantes do estrangeiro, ele não representaria risco à sociedade.

    Porém, a ministra Maria Thereza entendeu que “a análise aprofundada das alegações da defesa deve ser feita no julgamento definitivo do habeas corpus“, de acordo com o STJ.

    Na decisão, ela ressaltou que devem ser levados em conta os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, considerando-se as particularidades do caso, a atuação das partes e a forma de condução do processo pela Justiça.

    Assim, “a mera extrapolação dos prazos processuais legalmente previstos não leva automaticamente ao relaxamento da prisão cautelar”.

    Detido e investigado

    Sergey Cherkasov foi detido em abril de 2022 pela Polícia Federal (PF), após ser deportado da Holanda, onde teria se passado por estudante brasileiro.

    Ainda segundo o STJ, o suposto espião viveu no Brasil por mais de 10 anos, com diversos documentos falsificados. Em março, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que ele só poderá retornar à Rússia quando as investigações sobre os supostos crimes cometidos por ele terminarem.

    Ele é acusado de uso de documento falso e investigado por atos de espionagem, lavagem de dinheiro e corrupção.

    Quem é o suposto espião russo que dizia ser brasileiro

    Sergey Vladimirovich Cherkasov usava o nome “Victor Muller”, tendo estudado na prestigiada Escola de Estudos Internacionais Avançados (SAIS na sigla em inglês) da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, um programa de pós-graduação de elite que é escolhido por militares, jovens diplomatas e, de acordo com fontes da CNN, futuros espiões.

    Sociável, inteligente e muitas vezes visto carregando um capacete para a sua moto, “Muller” era bastante conhecido, e até mesmo querido, por seus colegas estudantes e da faculdade na SAIS.

    Mas o seu sotaque confuso chamou a atenção de alguns colegas de classe. Numa ocasião, um estudante lhe perguntou: “Você é russo?”.

    O espião fugiu da questão. Dizia que era brasileiro, uma resposta que se revelou parte de um elaborado disfarce que ele passou anos construindo.

    Ele foi identificado publicamente como Sergey Vladimirovich Cherkasov, um oficial russo de informação militar que, em abril, viajou para a Holanda para iniciar um estágio no Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia.

    Ali, ele teria a incumbência de espionar investigações sobre crimes de guerra em ações militares russas na Ucrânia e outros lugares, dizem as fontes da CNN.

    Saiba mais sobre o suposto espião russo nesta matéria.

    *publicado por Tiago Tortella, da CNN