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    STF autoriza que ex-presidente do Peru tenha acesso a delações da Lava Jato

    Ollanta Humala e sua esposa foram citados em esquema de corrupção por executivos da Odebrecht

    Gabriela Coelho , Da CNN, em Brasília

    A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal autorizou, nesta terça-feira (19), que Ollanta Humala, ex-presidente do Peru, e sua esposa Nadine Heredia tenham acesso aos depoimentos e informações fornecidas por delatores, no âmbito de investigação no país vizinho decorrente de fatos associados à operação Lava Jato.

    Humala e a ex-primeira-dama se tornaram alvo do Ministério Público peruano em razão da delação de executivos da empreiteira Odebrecht na Lava Jato, entre eles o ex-presidente da companhia, Marcelo Odebrecht, além de Jorge Henrique Simões Barata, Luiz Antonio Mameri e Valdemir Flavio Pereira Garreta. 

    Os delatores relataram o repasse de R$ 3 milhões à campanha de Humala em 2010, a pedido do ex-ministro Antonio Palocci. O acordo de delação está em sigilo no STF.  Humala e sua mulher foram presos preventivamente em julho de 2017 e soltos em abril de 2018 — eles respondem ao processo em liberdade.

    O pedido de acesso às delações já havia sido negado em março pelo relator, ministro Edson Fachin, que hoje votou novamente contrário à autorização. Nesta terça, o ministro Gilmar Mendes abriu divergência, e foi seguido pelo ministro Ricardo Lewandowski, e em parte pela ministra Cármen Lúcia, para autorizar o acesso.

    Segundo as investigações das autoridades peruanas, Humala e Nadine são acusados de terem recebido dinheiro ilícito da Venezuela e da empreiteira Odebrecht para as campanhas presidenciais de 2006 e 2011 – a empresa diz estar colaborando com as investigações. O escândalo de corrupção da Odebrecht no Peru também envolveu os ex-presidentes Alejandro Toledo e Alan García, acusados de terem recebido propina para obter a concessão de obras públicas.

    Ano passado, o ex-presidente do Peru Alan García se suicidou com um tiro. O fato aconteceu durante a execução de um mandado da polícia peruana para apreender García, acusado de estar envolvido em um esquema bilionário de corrupção entre o primeiro escalão de políticos do Peru, também envolvendo a empreiteira brasileira.

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