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    Servidor da receita dos EUA diz ser o delator do caso Hunter Biden

    Gary Shapley falou sobre o assunto dois dias antes de uma reunião agendada com o Comitê de Meios e Maneiras da Câmara, agendada para esta sexta-feira (26)

    Annie GrayerSara Murrayda CNN

    Um servidor que trabalha há 14 anos no Internal Revenue Service (o equivalente nos Estados Unidos à nossa Receita Federal) revelou na quarta-feira (24) ser o delator no caso da investigação criminal em andamento sobre Hunter Biden, filho do presidente Joe Biden.

    Gary Shapley, que foi recentemente removido da investigação do Departamento de Justiça, falou com o programa “CBS Evening News”, dois dias antes de uma reunião agendada com o Comitê de Meios e Maneiras da Câmara, agendada para sexta-feira (26).

    “Vários passos aconteceram em ritmo lento, ou não foram dados, sob a direção do Departamento de Justiça”, disse Shapley ao repórter investigativo da CBS News Jim Axelrod, durante a entrevista. “Quando assumi o controle desta investigação em particular, vi imediatamente os desvios do processo normal. O processo estava bem fora da norma do que eu havia visto no passado”.

    “Por alguns anos, nós notamos esses desvios no processo investigativo. Eu não conseguia entender por que o Departamento de Justiça agia de forma não ética nesse caso”, acrescentou.

    Shapley contou à CBS News que ficou preocupado com a maneira que os promotores federais estavam lidando com “uma investigação de alto perfil, controversa”. Várias fontes confirmaram para a CNN que a pessoa no centro dessa investigação é Hunter Biden.

    Em uma carta recente a uma agência de vigilância federal, os advogados de Shapley disseram que a primeira vez que ele mencionou preocupações sobre “irregularidades” em como o Departamento de Justiça lidava com o caso foi em meados de 2020, durante o governo de Donald Trump. O servidor do IRS disse que continuou a expressar suas preocupações sobre o caso nos anos seguintes, já sob o governo Biden.

    Um porta-voz da Procuradoria dos EUA em Delaware, que está supervisionando a investigação criminal de Hunter Biden, recusou-se a comentar o caso, assim como um porta-voz do Departamento de Justiça. O IRS não respondeu a um pedido de entrevista.

    O servidor Shapley afirmou que ele não estava delatando as irregularidades do caso por razões políticas, dizendo à CBS que “não se envolve em nada disso”. Ele acrescentou: “Não é o que eu quero fazer. Simplesmente não sou uma pessoa política. É um emprego, e meu juramento de cargo é tratar todos que investigamos de forma justa”.

    Segundo o relato de Shapley ao programa de TV, uma reunião tensa em outubro de 2022 foi sua “gota d’água”. Ele disse que “chegou a esse ponto em que esse interruptor foi ligado, e eu simplesmente não podia mais silenciar minha consciência”.

    Os procuradores federais passaram anos (nos quais três procuradores-gerais estiveram no posto) investigando Hunter Biden. Eles analisaram se indiciariam ou não o filho do presidente por alegados crimes fiscais e a emissão de uma declaração falsa, como a CNN informou anteriormente. Até agora, nenhuma acusação foi feita. Hunter Biden nega as irregularidades.

    Os advogados do delator Shapley esperavam que seu cliente pudesse depor para os comitês da Câmara e do Senado, e recentemente externaram sua frustração com o fato de uma entrevista bicameral não ter sido agendada.

    Na quarta-feira (24), um assessor do Comitê de Finanças do Senado disse que a equipe do delator havia desistido do depoimento.

    “A equipe do Comitê concordou em se reunir diretamente com o denunciante na semana que vem; no entanto, desde então o denunciante se afastou desse acordo e recusou uma tentativa de reagendamento”, disse Ryan Carey, porta-voz do presidente do Comitê de Finanças do Senado, Ron Wyden, um democrata de Oregon.

    “Se o delator desejar se reunir com o Comitê de Finanças do Senado, a equipe do presidente Wyden está pronta para organizar uma reunião em termos que cumpram as leis que protegem os dados dos contribuintes e garantam uma investigação justa e rigorosa”.

    A equipe jurídica do delator não chegou um acordo sobre a data para o depoimento para a Comitê de Finanças do Senado, de acordo com uma pessoa familiarizada com as conversas.

    Evan Perez, da CNN, contribuiu para esta reportagem.

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