“Séria ameaça”: Líderes do G7 condenam ataque do Irã contra Israel
Oriente Médio enfrenta escalada na guerra com novas ofensivas israelenses no Líbano
Os líderes do G7 condenaram os ataques do Irã contra Israel de terça-feira (1º) em uma declaração conjunta divulgada pela Casa Branca nesta quinta-feira (3). No documento, os líderes dos países mais ricos do mundo disseram que a ofensiva iraniana representou uma ameaça à estabilidade do Oriente Médio.
“Nós, os Líderes do G7, expressamos profunda preocupação com a deterioração da situação no Oriente Médio e condenamos nos termos mais fortes o ataque militar direto do Irã contra Israel, que constitui uma séria ameaça à estabilidade regional”, afirma a declaração.
O G7 ainda reiterou o compromisso com a segurança de Israel e disse que discutiu esforços e ações para evitar a escalada na região.
“As ações seriamente desestabilizadoras do Irã em todo o Oriente Médio por meio de representantes terroristas e grupos armados — incluindo os Houthis, Hezbollah e Hamas — bem como grupos de milícias alinhados ao Irã no Iraque, devem parar”, os líderes acrescentam na nota.
“Incentivamos todas as partes a se envolverem construtivamente para diminuir as tensões atuais. O direito humanitário internacional deve ser respeitado”, o G7 afirma na declaração.
Situação em Gaza
O grupo ainda fez um apelo por um acordo cessar-fogo imediato em Gaza, a libertação dos reféns e pelo aumento de assistência humanitária no enclave.
“Apoiamos totalmente os esforços dos EUA, Catar e Egito para chegar a um acordo tão abrangente, em linha com a Resolução 2735 do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, os líderes afirmam.
O G7 disse que defende e trabalha para uma “uma solução de dois Estados, onde Israel e Palestina coexistam lado a lado em paz, com segurança para ambos”.
Escalada no Líbano
O grupo também menciona a escalada da guerra entre Israel e o Hezbollah no Líbano e disse defender uma “solução diplomática ao longo da Linha Azul, consistente com a Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas”.
“Este é o único caminho para diminuir as tensões de forma duradoura, estabilizar a fronteira Israel-Líbano, restaurar totalmente a soberania, a integridade territorial e a estabilidade do Líbano e devolver os cidadãos deslocados às suas casas com segurança de ambos os lados”, disseram.
Os líderes fizeram um apelo para proteção das populações civis na declaração.
“Estamos comprometidos em fornecer assistência humanitária para atender às necessidades urgentes dos civis no Líbano”, eles acrescentam.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas. No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.