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    Sergio Massa e Javier Milei: saiba quem são os candidatos que concorrem ao 2° turno das eleições argentinas

    Argentinos foram às urnas neste domingo (22), mas a decisão de quem comandará a Casa Rosada pelos próximos quatro anos ficará para 19 de novembro

    Massa e Milei irão ao segundo turno presidencial na Argentina
    Massa e Milei irão ao segundo turno presidencial na Argentina Fotos: Foto de Tomas Cuesta/Agustín Marcarian/Pool/Getty Images

    CNN Español

    O segundo turno foi confirmado na Argentina e será disputado pelo governista Sergio Massa, que tem 36,20% dos votos válidos, contra 30,26% do candidato de extrema-direita, Javier Milei.

    Os argentinos vão retornar às urnas em 19 de novembro para decidir quem irá comandar a Casa Rosada pelos próximos quatro anos.

    Quem é Sérgio Massa

    O advogado nasceu em San Martín, na província de Buenos Aires, em 28 de abril de 1972, vindo de uma família de italianos, que chegou ao país no período após a Segunda Guerra Mundial. Ele é o atual ministro da Economia da Argentina.

    • Vida política

    Em um momento marcante de sua infância, o avô paterno observou o interesse de Sergio pela política e o advertiu a não seguir esse caminho: “Não entre na política, a política é porca”, teria dito, de acordo com uma lembrança do candidato.

    A juventude de Massa foi marcada pela política. Ele lembra que, aos 11 anos, subia em cima de um balde e imitava os discursos das autoridades que via na televisão.

    Durante o ensino médio, começou a militar no partido Unión del Centro Democrático. Em 1994, interrompeu seus estudos de direito na Universidade de Belgrano, que só completou durante a campanha eleitoral de 2013, na qual foi eleito deputado.

    Em 1999, foi eleito deputado provincial. Depois, ocupou outros cargos no Executivo e no Legislativo. Entre 2002 e 2007, chefiou a Administração Nacional da Previdência Social (Anses), responsável por um dos orçamentos mais importantes do governo.

    Em 2007, foi eleito prefeito de Tigre, cidade da província de Buenos Aires. Massa permaneceu nessa posição até 2013, com um período de licença para ocupar a Chefia de Gabinete durante a Presidência de Cristina Kirchner, entre 2008 e 2009, sucedendo o hoje presidente Alberto Fernández.

    O político rompeu com o kirchnerismo em 2013, e começou um período em que se posicionou como um forte adversário dessa força política.

    Nessa fase, Massa fez críticas severas aos antigos aliados: “Quando em 2013 eles queriam nos impor a ‘Cristina eterna’, tivemos a coragem de pará-la. Se ela reaparecer, vamos pará-la novamente”, discursou durante a campanha em 2017, referindo-se à atual vice-presidente.

    Em 2019, após uma reconciliação, voltou ao peronismo como deputado federal da província de Buenos Aires e ocupou a presidência da Câmara dos Deputados. Em 2022, tornou-se ministro da Economia e agora é candidato à Presidência.

    • Propostas econômicas

    Após as primárias, o ministro-candidato tomou uma série de medidas para amenizar os efeitos da desvalorização do peso, buscando conter a deterioração dos salários.

    Conseguiu, por sua iniciativa, que o Congresso eliminasse a quarta categoria do imposto de renda, que favorece os setores que estão no topo da pirâmide salarial, mas também fez anúncios direcionados aos aposentados e aos trabalhadores informais, entre outros.

    Durante o último debate presidencial, Massa promoveu novos discursos no quesito econômico, prometendo punição aos sonegadores de impostos e a criação de uma moeda digital, sem dar mais detalhes sobre o assunto.

    Na primeira parte da campanha, afirmou que “a maior solução que a Argentina tem é vender o que faz ao mundo e obter os dólares para tirar o Fundo Monetário Internacional [FMI] das suas costas”.

    O conceito de conseguir dólares, pagar ao FMI e tirá-lo das “costas” é recorrente na campanha de Massa.

    Ele garante que as medidas econômicas que tomou até agora são “transitórias, mas têm a ver com a realidade do momento”, o que sugere que as suas decisões no futuro podem ser diferentes.

    “Nosso lítio, nosso gás, nosso petróleo, o que o campo produz, o que as indústrias produzem será vendido cada vez mais para o mundo, e isso nos dará os dólares para sermos livres, para sermos soberanos”, disse.

    • Paixão pelo futebol

    Massa é torcedor declarado do Club Atlético Tigre e do futebol em geral. Já jogou como goleiro, embora nunca profissionalmente. Ocasionalmente vai ao estádio, em uma paixão que compartilha com seu filho.

    Mas, além disso, há outro ponto que o une ao esporte: sua amizade com o ex-jogador Juan Román Riquelme. O ídolo do Boca Juniors viveu por muito tempo na cidade de Don Torcuato, na região de Tigre, e se aproximou de Massa em sua primeira gestão como prefeito.

    Quem é Javier Milei

    O libertário Javier Milei (La Libertad Avanza) foi o mais votado nas eleições primárias da Argentina, em agosto, com 30,02% dos votos válidos. O número foi bem acima dos 1,5% que ele necessitava, já que sua coalizão não tinha mais nenhum outro candidato concorrendo.

    Apesar da surpresa nas primárias, o nome de Milei não passou despercebido na campanha. O economista estourou na mídia com sua “turnê pela liberdade” e se destacou principalmente por sua atuação fora da política: seu desempenho como jogador de futebol e sua passagem pela música com sua banda tributo aos Rolling Stones são alguns exemplos.

    • Infância

    Nascido no bairro de Palermo, em Buenos Aires, em 22 de outubro de 1970, Milei teve uma infância marcada por momentos polêmicos em família, que ele mesmo reconheceu em um programa do canal argentino “Telefé”.

    Embora o relacionamento com seus pais não fosse bom, Milei encontrou apoio em sua irmã. O economista reconhece que Karina Milei é a pessoa que melhor o conhece e é “a grande arquiteta” de seus acontecimentos políticos. Milei disse a diferentes meios de comunicação que, caso se torne presidente, ela desempenhará o papel de primeira-dama.

    O jornalista Juan Luis González é um dos pesquisadores da biografia não autorizada do economista, intitulada “El Loco”. À CNN, ele declarou que a passagem de Javier Milei pelo Colégio Cardenal Copello, em Villa Devoto, foi marcada por bullying.

    Para a elaboração do livro, o autor garante que conversou com os colegas de escola do candidato à Presidência e todos concordaram com a memória de um menino retraído e calado e que era alvo de piadas constantes.

    • Ascensão na política

    A ascensão de Milei começou em 2018 quando surgiu nos principais meios de comunicação argentinos, com a divulgação de seu discurso “liberal libertário”, como costuma chamar.

    O grande salto em sua carreira política veio em 2020, quando anunciou sua candidatura à Presidência nas eleições de 2023.

    Esse passo abriu caminho para que sua coligação, La Libertad Avanza, conquistasse duas cadeiras na Câmara dos Deputados no ano seguinte, ocupados por ele e por sua candidata à vice-presidência, Victoria Villarruel.

    Suas principais propostas de campanha são a dolarização da economia argentina em etapas, a redução dos gastos estatais e a privatização de empresas públicas.

    No plano trabalhista, ele propõe o fim das verbas rescisórias para reduzir os custos trabalhistas, mas duas das propostas que mais geraram polêmica encontram-se na esfera de segurança: a desregulamentação do porte de armas e a militarização das prisões.

    • Paixão pelo futebol

    Nos anos 1980, Milei tentava ser goleiro nas categorias de base do clube de futebol argentino Chacarita Juniors. “Não sou torcedor do Chacarita, mas passei a fazer parte do time profissional em 1989”, confessou o economista em entrevista à rádio “Urbana Play FM”, de Buenos Aires.

    E quando se trata de futebol, outra informação aparece: Milei passou de ter um camarote e uma estrela no Museo de la Pasión Boquense, do Boca Juniors, a um torcedor favorável a que o River Plate ganhasse a final da Copa Libertadores de 2018, disputada entre os dois rivais.

    Segundo ele, sua paixão pelo tradicional clube de Buenos Aires arrefeceu com a aposentadoria do atacante Martín Palermo, em 2011, e por discordar de decisões do ex-presidente Daniel Angelici.