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    Senado dos EUA derrota acordo sobre fronteira, mas auxílio a Ucrânia e Israel pode sobreviver

    Discussão trava envio de novo pacote de ajuda aos ucranianos há meses; republicanos querem mais financiamento contra a imigração ilegal

    Líder da maioria no Senado dos EUA, senador democrata Chuck Schumer
    Líder da maioria no Senado dos EUA, senador democrata Chuck Schumer 06/02/2024REUTERS/Amanda Andrade-Rhoades

    Patricia ZengerleMakini BriceRichard Cowanda Reuters

    Washington

    Republicanos no Senado dos EUA derrotaram nesta quarta-feira (7) uma tentativa bipartidária de reforçar a segurança na fronteira que demorou meses para ser negociada, mas afirmaram que ainda podem fornecer o auxílio a Ucrânia e Israel que havia sido vinculado ao acordo.

    Com uma votação de 49 a 50, majoritariamente de acordo com as linhas partidárias, o Senado não aprovou o pacote bipartidário de 118 bilhões de dólares que reforçaria leis de imigração, ajudaria a Ucrânia a combater a invasão russa e apoiaria Israel em sua guerra contra o Hamas.

    A medida precisava de 60 votos para avançar no Senado, que os democratas controlam por uma margem de 51 a 49.

    Durante meses, republicanos insistiram que qualquer auxílio adicional aos dois aliados dos EUA também precisaria tratar do alto número de imigrantes chegando pela fronteira de EUA e México — uma das principais preocupações dos eleitores.

    Mas muitos republicanos prontamente rejeitaram o pacote quando ele foi divulgado no último domingo, apesar de ele conter muitas das suas prioridades. O ex-presidente Donald Trump os pressionou a rejeitar qualquer concessão, enquanto faz campanha para derrotar o presidente democrata Joe Biden na eleição de novembro.

    Apenas quatro dos 49 republicanos votaram pelo projeto de lei.

    “Alguns foram muito claros comigo que tinham diferenças políticas com o projeto”, disse o senador republicano, James Lankford, um dos negociadores.

    “Eles disseram que é a hora errada de resolver o problema, deixem a eleição presidencial resolver o problema.”

    A senadora independente Kyrsten Sinema, outra das autoras do acordo, disse estar perplexa com a súbita mudança de posições.

    “Há três semanas, todo mundo queria resolver a crise da fronteira”, disse. “Ontem, ninguém queria.”

    Ainda assim, a derrota do projeto de lei deixou em aberto a possibilidade de o Congresso ainda fornecer a tão necessária ajuda aos aliados dos EUA. Esperava-se que o Senado votasse no final do dia um pacote de 96 bilhões de dólares que elimina as disposições relativas à imigração mas deixa a ajuda externa intacta.

    Um assessor do senador republicano Roger Wicker previu que um pacote de ajuda externa obteria bem mais do que os 60 votos necessários entre os 100 senadores — uma rara demonstração de apoio interpartidário.

    Mas mesmo que passe, essa ajuda enfrenta perspectivas incertas na Câmara dos Deputados, uma vez que os republicanos que controlam a Casa têm-se recusado a dar mais apoio à Ucrânia.