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    Secretário-geral da ONU pede moderação do Talibã e se preocupa com mulheres

    Antonio Guterres diz que os direitos conquistados por mulheres devem ser protegidos

    Secretário-geral da ONU, António Guterres, expressa preocupação com avanço do Talibã no Afeganistão
    Secretário-geral da ONU, António Guterres, expressa preocupação com avanço do Talibã no Afeganistão Foto: Yana Paskova/Reuters

    Da Reuters

    O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, pediu neste domingo (15) ao Talibã e todas as outras partes a exercerem o máximo de contenção para proteger vidas e expressou preocupação especial com o futuro das mulheres e meninas no Afeganistão.

    Insurgentes do Talibã entraram em Cabul e o presidente Ashraf Ghani deixou o Afeganistão, aproximando os militantes islâmicos de assumirem o país duas décadas depois de serem derrubados por uma invasão liderada pelos Estados Unidos.

    “Continuam a haver relatos de graves abusos e violações dos direitos humanos nas comunidades mais afetadas pelos combates”, disse o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, em um comunicado, acrescentando que Guterres “está particularmente preocupado com o futuro das mulheres e meninas. Os direitos conquistados devem ser protegidos.”

    “Todos os abusos devem parar. Ele apela ao Talibã e a todas as outras partes para garantir que os direitos e liberdades de todas as pessoas sejam respeitados e protegidos”, disse Dujarric.
    Sob o governo do Talibã, entre 1996 e 2001, as mulheres não podiam trabalhar, as meninas não podiam frequentar a escola e as mulheres tinham que cobrir o rosto e estar acompanhadas por um parente do sexo masculino se quisessem sair para fora de casa.

    Guterres dará informações ao Conselho de Segurança da ONU na segunda-feira (16) sobre o Afeganistão. Em uma declaração de 3 de agosto, acordada por consenso, os 15 membros do conselho “declararam que não apóiam a restauração do Emirado Islâmico” (domínio do Talibã).

    O embaixador do Afeganistão na ONU, Ghulam Isaczai, nomeado no mês passado, disse à Reuters: “A mensagem que enviei ao conselho hoje é fazer de tudo para evitar mais violência e garantir uma boa transição para o novo governo”.

    Guterres alertou na sexta-feira que o Afeganistão estava “girando fora de controle” e pediu ao Talibã que parasse com sua ofensiva.

    As Nações Unidas têm cerca de 3.000 funcionários nacionais e cerca de 300 funcionários internacionais no Afeganistão. Na sexta-feira, Dujarric disse que alguns funcionários foram realocados para Cabul, mas nenhum foi evacuado do país.

    “A Organização das Nações Unidas continua determinada a contribuir para um acordo pacífico, promover os direitos humanos de todos os afegãos, especialmente mulheres e meninas, e fornecer assistência humanitária para salvar vidas e apoio crítico aos civis necessitados”, disse Dujarric no domingo.

    Ele disse que a necessidade de assistência “está aumentando enquanto o ambiente operacional se torna mais restrito devido à escalada do conflito”. Guterres exortou todas as partes a garantirem o acesso desimpedido à ajuda humanitária.

    Em abril, o Talibã intensificou uma campanha para derrotar o governo apoiado pelos EUA, à medida que as forças estrangeiras se retiravam após 20 anos de guerra. As forças afegãs apoiadas pelos EUA derrubaram o Talibã do poder no final de 2001 por se recusar a entregar o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, após os ataques de 11 de setembro de 2001 aos Estados Unidos.