Secretário-Geral da ONU diz que conflito em Gaza é “totalmente apavorante”
Antonio Guterres disse que as Nações Unidas estão "engajando ativamente todos os lados em um cessar-fogo imediato"
![Secretário-geral da ONU, António Guterres, durante a Cúpula de Líderes sobre o Clima Secretário-geral da ONU, António Guterres, durante a Cúpula de Líderes sobre o Clima](https://preprod.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2021/06/34168_75BA0D8F4024D136-1.jpeg?w=1220&h=674&crop=1)
O Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, disse ao Conselho de Segurança da ONU no domingo (16) que as hostilidades em Israel e Gaza foram “terríveis” e pediu o fim imediato dos combates.
Abrindo a primeira reunião pública do conselho de 15 membros sobre o conflito, Guterres disse que as Nações Unidas estão “engajando ativamente todos os lados em um cessar-fogo imediato” e pediu a eles “que permitam que os esforços de mediação se intensifiquem e tenham sucesso”.
O número de mortos em Gaza saltou para 181 durante a noite, incluindo 47 crianças, em meio a uma intensa barragem aérea e de artilharia israelense desde o início dos combates na última segunda-feira (10).
Dez pessoas foram mortas em Israel, incluindo duas crianças, em milhares de ataques com foguetes pelo Hamas e outros grupos militantes.
“Cada vez que Israel ouve um líder estrangeiro falar sobre seu direito de se defender, fica ainda mais encorajado a continuar matando famílias inteiras enquanto dormem”, disse o ministro das Relações Exteriores da Palestina, Riyad al-Malki, ao Conselho de Segurança.
O embaixador da ONU de Israel, Gilad Erdan, disse que a resposta de Israel aos ataques indiscriminados do Hamas obedece estritamente ao direito internacional e que o país está tomando “medidas incomparáveis ??para evitar vítimas civis”.
“Israel usa seus mísseis para proteger suas crianças. O Hamas usa crianças para proteger seus mísseis”, disse Erdan.
O Conselho de Segurança da ONU se reuniu em particular duas vezes na semana passada sobre o agravamento da violência, mas até agora não conseguiu chegar a um acordo sobre uma declaração pública porque os Estados Unidos – um forte aliado de Israel – não acreditaram que seria útil, disseram diplomatas.
“Pedimos aos EUA que assumam suas responsabilidades, assumam uma posição justa e, junto com a maioria da comunidade internacional, apoiem o Conselho de Segurança para amenizar a situação”, disse o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, que presidiu a reunião de domingo como a China como presidente do conselho para maio.
O enviado da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland, exortou a comunidade internacional a “agir agora para permitir que as partes se afastem do abismo”.
Os esforços de trégua do Egito, Catar e das Nações Unidas até agora não ofereceram nenhum sinal de progresso. Os Estados Unidos enviaram um enviado à região e o presidente Joe Biden conversou com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o presidente palestino Mahmoud Abbas no sábado (15).
“As concessões devem ser feitas como um preço a ser pago pela paz, a fim de evitar que as pessoas paguem o alto preço da guerra”, disse o ministro egípcio das Relações Exteriores, Sameh Shoukry, ao Conselho de Segurança.