Secretário de Estado dos EUA propõe expulsão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU
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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, discursou nesta terça-feira (1º) para o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) em Genebra.
Enquanto Blinken condenou os abusos dos direitos humanos da Rússia e as violações do direito internacional humanitário ao realizar seu ataque à Ucrânia, ele apresentou a ideia de expulsar a Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
“Pode-se perguntar razoavelmente se um estado membro da ONU que tenta assumir outro estado membro da ONU – enquanto comete horríveis abusos de direitos humanos e causa enorme sofrimento humanitário – deve ser autorizado a permanecer neste conselho”, disse Blinken.
Há 47 estados membros no conselho, que são eleitos pela assembleia geral da ONU, sendo a Rússia um deles.
Blinken também criticou países como a China, que não declararam claramente que a Rússia é a única perpetradora desta crise.
“Os membros do Conselho devem parar de usar linguagem que implica que todos os lados têm igual responsabilidade pelo ataque não provocado de um lado. Isso não é imparcial – é errado – e falha em colocar a responsabilidade onde ela pertence. O mesmo vale para os membros que argumentam, falsamente, que denunciar abusos de direitos humanos é ‘politizar’ a situação. É deixar de falar sobre os abusos dos direitos humanos que politizam a situação”, disse Blinken.
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Direitos humanos
Blinken defendeu que os países membros da ONU enviem uma mensagem única contra o ataque da Rússia à Ucrânia. Segundo ele, os “crimes” russos na Ucrânia estão “se amontoando a cada hora”, com bombardeios atingindo hospitais, escolas e prédios residenciais.
“Denúncia de abusos de direitos humanos não é uma questão de política da situação, precisamos falar sobre essa situação. Não falar sobre o abuso de direitos humanos é que é uma questão política. Precisamos defender os direitos humanos”, disse Blinken.
“Precisamos colocar pressão no Kremlin para respeitar todos os russos, incluindo a possibilidade deles expressarem suas opiniões e dos jornalistas trabalharem para que todos saibam sobre as mortes que estão acontecendo pela guerra de escolha do presidente Putin”, completou o secretário.
No discurso, Blinken também chamou atenção para os esforços dos países diante da crise humanitária instalada na Ucrânia.
“Se não conseguirmos nos unir agora, quando vamos nos unir? Precisamos de uma mensagem em uníssono, precisamos parar esse ataque […] Precisamos condenar de forma firme e inequívoca a tentativa de derrubar um governo eleito democraticamente na Ucrânia”, disse.
*(Com informações de Lucas Rocha, da CNN, e da Reuters)