Sebastián Piñera depõe sobre acusações de crimes contra a humanidade
Ex-presidente do Chile é alvo de investigação por causa das violações aos direitos humanos ocorridas na repressão aos protestos de 2019 e 2020
O ex-presidente do Chile Sebastián Piñera prestou declarações, na terça-feira (11), sobre as violações aos direitos humanos ocorridos na repressão aos protestos ocorridos entre outubro de 2019 e marços de 2020. O ex-mandatário, que foi responsabilizado formalmente por crimes contra a humanidade, se pronunciou perante a promotora-chefe do Centro de Alta Complexidade Norte, Ximena Chong, encarregada da investigação. As informações são da agência de notícias da Argentina Telam.
Piñera se pronunciou por mais de 10 horas, na última terça-feira, e deve retomar suas falas nesta quinta-feira (13). A reunião aconteceu no gabinete do ex-presidente, situado no bairro abastado de Vitacura da capital, zona leste de Santiago.
O caso de Piñera se deve principalmente a denúncias apresentadas contra ele em novembro de 2019 pelo ex-senador Alejandro Navarro e outras organizações por violações de direitos humanos ocorridas durante seu mandato.
Chong falou à imprensa no encerramento da instância e afirmou que Piñera “não teve relutância em responder a nenhuma das perguntas” feitas e também destacou que o ex-presidente “não fez uso de seu direito de permanecer calado”.
O procurador explicou que estão a decorrer dois inquéritos: “Um é por crimes contra a humanidade”, processo em que “o ex-presidente tem a qualidade de arguido”.
“Paralelamente, estamos realizando uma investigação sobre as responsabilidades ou possíveis responsabilidades homicidas dos comandantes dos Carabineros; nesta investigação, o ex-presidente não é investigado diretamente”, afirmou.
Essas declarações se somam às de outras autoridades do governo Piñera, incluindo os ex-ministros Andrés Chadwick e Gonzalo Blumel.
(Publicado por Fábio Nascimento)