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    Scholz minimiza posição de Brasil e América Latina de não enviar armas para Ucrânia

    Em sua viagem de três dias, chanceler alemão procurou enfatizar a unidade, lembrando que Argentina, Chile e Brasil condenaram a invasão da Ucrânia pela Rússia na Assembleia-Geral das Nações Unidas no ano passado

    Por Sarah Marsh, da Reuters

    O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, procurou obter apoio para a Ucrânia durante sua primeira viagem pela América do Sul, embora surgissem diferenças com seus anfitriões, com o presidente argentino Alberto Fernández declarando que a região não estava planejando enviar armas.

    Em sua viagem de três dias, Scholz procurou enfatizar a unidade, lembrando que os três países que está visitando – Argentina, Chile e Brasil – condenaram a invasão da Ucrânia pela Rússia na Assembleia-Geral das Nações Unidas no ano passado.

    As consequências da guerra e as sanções ocidentais contra a Rússia, como o aumento dos preços dos alimentos e da energia, no entanto, atingiram a região de forma particularmente dura, levantando questões sobre a abordagem do Ocidente.

    Fernández disse em uma conferência de imprensa conjunta com Scholz em Buenos Aires no sábado que a Argentina, como a Alemanha, queria ajudar a restaurar a paz o mais rápido possível.

    Mas indagado se a Argentina enviaria armas para a Ucrânia para o país se defender das tropas russas, como a Alemanha e seus aliados ocidentais fizeram, ele respondeu um categórico não.

    “A Argentina e a América Latina não planejam enviar armas para a Ucrânia ou qualquer outra zona de conflito”, disse ele.

    O presidente do Chile, Gabriel Boric, não se referiu à guerra em suas declarações de abertura em uma conferência de imprensa com Scholz em Santiago do Chile no domingo, focalizando em vez disso a cooperação econômica, particularmente no setor de commodities.

    Em ambos os países, Scholz visitou memoriais às vítimas de suas ditaduras militares e ressaltou a necessidade de lutar pela democracia e pela liberdade.

    “Neste memorial às muitas vítimas da ditadura aqui não posso deixar de pensar nos jovens que estão sendo mortos no Irã porque estão lutando pela liberdade e por uma vida melhor”, disse Scholz em Buenos Aires.

    Autoridades do governo alemão dizem que é compreensível que países latino-americanos, tão distantes da Europa e com preocupações tão diferentes, tenham opiniões divergentes sobre a guerra, mas destacaram a importância de continuar a transmitir a perspectiva de Berlim.

    Scholz irá nesta segunda-feira ao Brasil para se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    O europeu quer restabelecer as relações com o maior país da América do Sul após a saída do ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro.

    A resiliência da democracia provavelmente estará no topo da agenda das conversações, após os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro por apoiadores radicais de Bolsonaro.

    Ainda assim, novas divergências devem ocorrer. No ano passado, Lula disse que a Rússia nunca deveria ter invadido a Ucrânia, mas acrescentou que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, foi tão culpado pela guerra quanto o líder russo Vladimir Putin.

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