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    Saúde do Reino Unido pede novas restrições diante de alta de casos de Covid-19

    Novos casos de Covid-19 e vírus sazonais pressionam sistema de saúde; com início rápido da vacinação, cientistas pedem doses de reforço

    Paciente infectado com o novo coronavírus é tratado em hospital em Surrey, no Reino Unido
    Paciente infectado com o novo coronavírus é tratado em hospital em Surrey, no Reino Unido Foto: Steve Parsons - 22.mai.2020/Pool via Reuters

    Alistair SmoutAndy Bruceda Reuters

    Os hospitais do Reino Unido estão próximos de ficarem sobrecarregados por uma nova onda de infecções por Covid-19.

    Com isso, restrições mais duras são necessárias, disse um grupo de funcionários do serviço de saúde do país nesta quarta-feira (20). No entanto, o governo britânico disse que agora não é o momento para um novo bloqueio.

    A Grã-Bretanha tem o oitavo maior número de mortes no mundo de Covid-19, com quase 139 mil óbitos pela doença. Mas a vacinação também teve um início rápido e o primeiro-ministro Boris Johnson suspendeu quase todas as restrições na Inglaterra e acabou com as medidas de distanciamento social.

    Johnson disse repetidamente que o sucesso inicial com as vacinas significou que a Inglaterra passaria por um inverno sem a necessidade de um novo bloqueio.

    Os médicos, no entanto, expressaram preocupação de que um aumento no número de hospitalizações, combinado com as pressões sobre o NHS, o serviço de saúde do país, causadas por vírus sazonais, possam deixar os hospitais incapazes de lidar com longas listas de espera e funcionarem normalmente.

    Matthew Taylor, presidente-executivo da NHS Confederation, pediu medidas que Johnson está mantendo em reserva, como usar máscara e trabalhar em casa, o que seria apenas um pequeno inconveniente e poderia evitar uma crise.

    “Falo com líderes de saúde todos os dias e literalmente não falei com nenhum líder que não diga que seu serviço está sob intensa pressão agora. Estamos em meados de outubro. As coisas só vão piorar”, disse Taylor à rádio BBC.

    Vacinação no Reino Unido contra o novo coronavírus
    Vacinação no Reino Unido, primeiro país ocidental a iniciar a imunização contra a Covid-19 / Foto: Reuters

    “O serviço de saúde está no limite. Se você for além, não seremos capazes de fornecer o nível de serviço que as pessoas precisam ter.”

    O ministro dos Negócios, Kwasi Kwarteng, disse que outro bloqueio seria errado e também minimizou a perspectiva de que medidas mais limitadas seriam implementadas em breve.

    “Ministros, cientistas e especialistas estão analisando os dados de hora em hora”, disse ele à BBC. “E não achamos que seja o momento para o Plano B agora.”

    Um relatório parlamentar sobre a resposta da Grã-Bretanha nos estágios iniciais da pandemia disse na semana passada que atraso na decisão de um lockdown e outras falhas causou milhares de mortes evitáveis.

    A Grã-Bretanha relatou 223 novas mortes por Covid-19 nesta terça-feira, o maior número diário desde março – os números de casos são os mais altos na Europa.

    O governo de Johnson disse que está contando com vacinas, incluindo doses de reforço para os vulneráveis, para evitar novos confinamentos neste inverno.

    Mas a vacinação estagnou, ficando atrás de vários países europeus. O rápido início das vacinas na Grã-Bretanha também significa que a imunidade pode estar diminuindo nos primeiros vacinados, e os cientistas estão pedindo para que o ritmo das doses de reforço aumente.