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    Sanções severas podem impedir invasão de Putin, diz professor

    Mero reconhecimento de separatistas e apoio dividido da China à Rússia fazem com que situação fique mais complexa

    Elis FrancoGiovanna Galvanida CNN , em São Paulo

    O reconhecimento da independência de regiões separatistas da Ucrânia por parte da Rússia gerou reação dos países ocidentais, mas apenas sanções mais duras contra o país de Vladimir Putin podem dissuadi-lo de uma invasão da Ucrânia, avaliou Angelo Segrillo, professor de história contemporânea da USP e pesquisador do Instituto Pushkin de Moscou, à CNN nesta terça-feira (22).

    “Putin é um antigo espião, acostumado a jogar duro e jogar sujo. [A Rússia] pode ser impedida talvez com as sanções mais fortes de uma invasão. O problema é que Putin simplesmente reconheceu províncias que na prática atuavam como independentes, uma situação estranha porque eram cidadãos da Ucrânia com origem étnica russa que não aceitaram queda do governo em 2014″, explicou Segrillo.

    Até o momento, na questão militar, Putin ordenou que o Ministério da Defesa despache “forças de paz” russas para duas regiões separatistas do leste da Ucrânia — o que ainda não instou os bloqueios prometidos caso houvesse, de fato, uma invasão territorial.

    “[As sanções do ocidente] ainda são limitadas. O que vai impedir Putin de tomar outros passos são sanções severas, talvez como o que fizeram com o Irã”, exemplifica o professor, citando bloqueios feitos por meio do sistema internacional de transferências financeiras (SWIFT) aos bancos e instituições financeiras iranianos após o desenvolvimento de um programa nuclear no país.

    Além desse fator, Angelo Segrillo afirmou que a Rússia conta agora com um apoio “peculiar” da China, que se posiciona favorável ao fim da hegemonia global estadunidense, mas, por outro lado, não é favorável a uma mudança no status-quo da soberania dos países já que também disputa Taiwan nesse sentido.

    “A China não quer ninguém se metendo com Taiwan, que considera uma província. É uma posição que não é totalmente de apoio [à Rússia], é uma ambiguidade, mas a China apoia a Rússia na tentativa de ter um mundo multipolar para fugir da dominação americana”, explicou.

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