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    Saiba o que é a Abadia de Westminster, onde vai acontecer a coroação de rei Charles III

    Igreja tem 2.972m² de área útil e 69 metros de altura; dados da própria abadia apontam que pelo menos 3.300 pessoas estão sepultadas no espaço

    Felipe Pereiracolaboração para a CNN

    A coroação do rei Charles III acontecerá em um local conhecido do público pelo casamento do príncipe William (agora Duque) e Kate Middleton (agora Duquesa), e onde aconteceu o funeral da princesa Diana.

    A Abadia de Westminster, que fica nos arredores de Londres, é uma grande igreja que foi palco de momentos importantes da coroa britânica. A abadia, aliás, ainda é palco de missas e celebrações de eventos que sejam relevantes para a nação.

    Não pode ser considerada uma catedral, nem uma igreja paroquial, e por isso tem uma característica peculiar: é um Royal Peculiar, um local de culto que está diretamente sob administração da monarquia, em vez de uma diocese.

    Visão de santo motivou criação

    A história mais comum que se ouve é que um jovem pescador, que ficava no Rio Tâmisa, teve uma visão de São Pedro perto do local onde está a abadia.

    Entre 1042 e 1052, o Rei Eduardo, o Confessor, começou a construir a Abadia de São Pedro. Foi a primeira igreja na Inglaterra construída em estilo romano.

    O edifício foi concluído por volta de 1060 e consagrado pela igreja em 28 de dezembro de 1065, uma semana antes da morte de Eduardo, em 5 de janeiro de 1066. Ele foi sepultado na igreja.

    Os únicos vestígios do mosteiro de Eduardo que podem ser vistos hoje estão nos arcos redondos e nas enormes colunas de sustentação da cripta e na Câmara Pyx. O corpo foi mudado de lugar após a canonização dele, em 1161.

    Câmara Pyx, na Abadia de Westminster, com mesa de pedra e testador entre dois pilares
    Câmara Pyx, na Abadia de Westminster, com mesa de pedra e testador entre dois pilares / Divulgação/Abadia de Westminster

    A primeira coroação documentada foi a de Guilherme, o Conquistador, no mesmo ano. Em meados do século 13, o rei Henrique III decidiu reconstruir a abadia no então novo estilo gótico de arquitetura, projetada para ser não apenas um grande mosteiro e local de culto, mas também um local para a coroação e enterro de monarcas.

    Esta igreja foi consagrada em 13 de outubro de 1269. Entretanto, o rei também morreu antes da conclusão. Assim, a estrutura mais antiga permaneceu ligada ao edifício gótico por muitos anos.

    A antiga Cadeira da Coroação ainda pode ser vista na igreja.

    Cadeira da Coroação ainda pode ser vista na Abadia de Westminster
    Cadeira da Coroação ainda pode ser vista na Abadia de Westminster / Divulgação/Abadia de Westminster

    Com a ascensão de Elizabeth I, as casas religiosas foram entregues pelo Parlamento à Coroa. A rainha reinaugurou a abadia em 1560 como uma “igreja colegiada” e foi ela quem reafirmou a característica de Royal Peculiar, em 1534. Ela foi sepultada no corredor norte da capela de Henrique VII.

    Tumba da rainha Elizabeth I
    Tumba da rainha Elizabeth I / Divulgação/Abadia de Westminster

    Fatos marcantes e curiosidades

    Dados da própria abadia apontam que pelo menos 3.300 pessoas estão sepultadas no espaço. Todos monarcas ou pessoas da própria igreja. A abadia tem mais de 600 monumentos e placas de parede — a mais importante coleção de escultura monumental do Reino Unido.

    Um dos mais famosos é o do Guerreiro Desconhecido, em que a sepultura, perto da porta oeste, se tornou um local de peregrinação.

    A capela da Senhora, construída pelo rei Henrique VII, tem um teto abobadado e artesanato do escultor italiano Pietro Torrigiano.

    As torres ocidentais, que não foram concluídas desde a época medieval, foram finalizadas em 1745. Pouco resta dos vitrais medievais originais. Alguns painéis do século 13 podem ser vistos nas Galerias do Jubileu de Diamante da Rainha.

    Torres Ocidentais da Abadia de Westminster
    Torres Ocidentais da Abadia de Westminster / Divulgação/Abadia de Westminster

    Em 1965, a abadia celebrou o 900º aniversário da consagração, tendo como tema “Um povo”. Em 2010, o local foi palco de mais um momento histórico: o Papa Bento XVI tornou-se o primeiro a visitar o local.

    A igreja tem 2.972m² de área útil e 69 metros de altura.

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