Saiba o que é a Abadia de Westminster, onde vai acontecer a coroação de rei Charles III
Igreja tem 2.972m² de área útil e 69 metros de altura; dados da própria abadia apontam que pelo menos 3.300 pessoas estão sepultadas no espaço
A coroação do rei Charles III acontecerá em um local conhecido do público pelo casamento do príncipe William (agora Duque) e Kate Middleton (agora Duquesa), e onde aconteceu o funeral da princesa Diana.
A Abadia de Westminster, que fica nos arredores de Londres, é uma grande igreja que foi palco de momentos importantes da coroa britânica. A abadia, aliás, ainda é palco de missas e celebrações de eventos que sejam relevantes para a nação.
Não pode ser considerada uma catedral, nem uma igreja paroquial, e por isso tem uma característica peculiar: é um Royal Peculiar, um local de culto que está diretamente sob administração da monarquia, em vez de uma diocese.
Visão de santo motivou criação
A história mais comum que se ouve é que um jovem pescador, que ficava no Rio Tâmisa, teve uma visão de São Pedro perto do local onde está a abadia.
Entre 1042 e 1052, o Rei Eduardo, o Confessor, começou a construir a Abadia de São Pedro. Foi a primeira igreja na Inglaterra construída em estilo romano.
O edifício foi concluído por volta de 1060 e consagrado pela igreja em 28 de dezembro de 1065, uma semana antes da morte de Eduardo, em 5 de janeiro de 1066. Ele foi sepultado na igreja.
Os únicos vestígios do mosteiro de Eduardo que podem ser vistos hoje estão nos arcos redondos e nas enormes colunas de sustentação da cripta e na Câmara Pyx. O corpo foi mudado de lugar após a canonização dele, em 1161.
A primeira coroação documentada foi a de Guilherme, o Conquistador, no mesmo ano. Em meados do século 13, o rei Henrique III decidiu reconstruir a abadia no então novo estilo gótico de arquitetura, projetada para ser não apenas um grande mosteiro e local de culto, mas também um local para a coroação e enterro de monarcas.
Esta igreja foi consagrada em 13 de outubro de 1269. Entretanto, o rei também morreu antes da conclusão. Assim, a estrutura mais antiga permaneceu ligada ao edifício gótico por muitos anos.
A antiga Cadeira da Coroação ainda pode ser vista na igreja.
Com a ascensão de Elizabeth I, as casas religiosas foram entregues pelo Parlamento à Coroa. A rainha reinaugurou a abadia em 1560 como uma “igreja colegiada” e foi ela quem reafirmou a característica de Royal Peculiar, em 1534. Ela foi sepultada no corredor norte da capela de Henrique VII.
Fatos marcantes e curiosidades
Dados da própria abadia apontam que pelo menos 3.300 pessoas estão sepultadas no espaço. Todos monarcas ou pessoas da própria igreja. A abadia tem mais de 600 monumentos e placas de parede — a mais importante coleção de escultura monumental do Reino Unido.
Um dos mais famosos é o do Guerreiro Desconhecido, em que a sepultura, perto da porta oeste, se tornou um local de peregrinação.
A capela da Senhora, construída pelo rei Henrique VII, tem um teto abobadado e artesanato do escultor italiano Pietro Torrigiano.
As torres ocidentais, que não foram concluídas desde a época medieval, foram finalizadas em 1745. Pouco resta dos vitrais medievais originais. Alguns painéis do século 13 podem ser vistos nas Galerias do Jubileu de Diamante da Rainha.
Em 1965, a abadia celebrou o 900º aniversário da consagração, tendo como tema “Um povo”. Em 2010, o local foi palco de mais um momento histórico: o Papa Bento XVI tornou-se o primeiro a visitar o local.
A igreja tem 2.972m² de área útil e 69 metros de altura.