Rússia se prepara para lançar operação de desinformação em larga escala, diz Ucrânia
Ministro das Relações Exteriores ucraniano pediu à China que colabore diplomaticamente para interromper a invasão militar russa no país
A Rússia está se preparando para lançar uma “operação psicológica e de informação em larga escala” contra a Ucrânia, disse o ministro da Defesa, Oleksiy Reznikov, nesta terça-feira (1º).
“Seu objetivo é quebrar a resistência dos ucranianos e do exército ucraniano com mentiras”, disse Reznikov em comunicado.
De acordo com o ministro da Defesa, a Rússia planeja criar “problemas de comunicação” e fabricar relatórios de que as lideranças militar e política da Ucrânia “concordaram em se render” às Forças Russas.
“Como ‘confirmação’ disso, documentos falsos – supostamente assinados – assim como vídeos falsos editados serão divulgados”, disse Reznikov.
“Isso é uma mentira. Isso não vai acontecer. Não haverá rendição! Apenas a vitória”, acrescentou.
A coluna russa de 64 km, composta por veículos blindados, tanques, artilharia rebocada e outros veículos logísticos, chegou aos arredores da capital da Ucrânia, de acordo com imagens de satélite da Maxar Technologies.
A Maxar disse que viu nuvens de fumaça subindo de várias casas e prédios perto das estradas onde o comboio está viajando, embora não esteja claro qual foi a causa.
As novas imagens surgem quando autoridades dos EUA disseram a parlamentares em briefings classificados na segunda-feira que uma segunda onda de tropas russas provavelmente consolidará as posições do país na Ucrânia e, por números absolutos, poderá superar a resistência ucraniana, de acordo com duas pessoas familiarizadas com os briefings.
“Essa parte foi desanimadora”, disse um legislador à CNN.
Ucrânia pede à China que faça a Rússia parar a guerra
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu a seu colega chinês em um telefonema nesta terça-feira que use os laços de Pequim com Moscou para acabar com a invasão militar russa de seu vizinho, disse o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia em um posicionamento.
De acordo com o comunicado, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse a Kuleba que Pequim está pronta para fazer todos os esforços para ajudar a acabar com a guerra por meio da diplomacia.
A China, que se aproximou de Moscou nos últimos anos, ao mesmo tempo em que mantém laços diplomáticos cordiais e fortes laços comerciais com a Ucrânia, recusou-se a condenar o ataque da Rússia ao país ou a chamar suas ações de invasão.
A ligação entre os dois é a primeira a ser relatada desde o ataque da Rússia ao seu vizinho na quinta-feira passada. Foi iniciado por Kuleba, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores da China .
Wang repetiu o pedido da China por uma solução para a crise por meio de negociações, dizendo que apoia todos os esforços internacionais que possam ajudar a alcançar uma resolução política, disse o Ministério das Relações Exteriores chinês em comunicado.
A guerra nesta terça (1º)
Pelo menos seis pessoas ficaram feridas, incluindo uma criança, em uma explosão na segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, disse o Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia em um post do Telegram nesta terça-feira (1°).
A explosão atingiu um prédio do governo, de acordo com vídeos do incidente postados pelo Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia (MOFA) e funcionários do governo. Os clipes foram publicados também na terça-feira, no horário local, e foram verificados pela CNN.
Russia is waging war in violation of international humanitarian law. Kills civilians, destroys civilian infrastructure. Russiaʼs main target is large cities that now fired at by its missiles.
📍Kharkiv, Administration building pic.twitter.com/BJgyNnDp1h
— MFA of Ukraine 🇺🇦 (@MFA_Ukraine) March 1, 2022
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kubela, disse que “ataques com mísseis russos” causaram a explosão. Ele reforçou, então, o pedido para que outros países “isolem a Rússia totalmente”.
A busca por possíveis vítimas continua em andamento, ainda segundo o governo.
Na segunda-feira (28), pelo menos nove civis foram mortos por ataques com foguetes russos em Kharkiv, disse o prefeito Ihor Terekhov. Segundo ele, três crianças morreram.
“Os mísseis atingiram prédios residenciais, matando e ferindo civis pacíficos. Kharkiv não vê tantos danos há muito tempo. E isso é horrível”, disse ele. Terekhov disse que quatro pessoas saíram do abrigo para pegar água e foram mortas.
Uma família de dois adultos e três crianças foi queimada viva em seu carro, disse ele. Outras 37 pessoas ficaram feridas. A administração da cidade de Kharkiv deu os mesmos números.