Rússia julga idoso americano acusado de ser mercenário ucraniano
Justiça russa aceitou o pedido do Ministério Público de fazer o processo em segredo
O julgamento de um homem americano de 72 anos acusado pela Rússia de trabalhar como mercenário para a Ucrânia será realizado de portas fechadas, informou a imprensa estatal russa nesta quinta-feira (3).
Stephen Hubbard é acusado de ter assinado um contrato de mil dólares por mês com uma unidade de defesa territorial ucraniana na cidade de Izyum, em fevereiro de 2022. Ele foi capturado pelas forças russas em abril desse ano e, caso seja condenado, poderá receber uma pena de sete a 15 anos.
Segundo a agência noticiosa estatal RIA, o juiz do caso aceitou nesta quinta-feira um pedido do Ministério Público para que o processo decorresse em segredo de justiça, a fim de garantir a segurança dos participantes. Não ficou claro por que motivo o procurador acreditava que um julgamento aberto os colocaria em risco.
Segundo a RIA, o próprio Hubbard apoiou a decisão, dizendo que não queria a presença de estranhos. A agência disse na segunda-feira (30) que ele tinha-se declarado culpado das acusações.
Um porta-voz da embaixada dos EUA disse: “Estamos a par das notícias sobre a detenção de um cidadão americano. Devido a restrições de privacidade, não podemos fazer mais comentários”.
Os procuradores disseram que Hubbard recebeu treinamento, armas e munições quando ele supostamente se inscreveu.
A irmã de Hubbard, Patricia Fox, e outro familiar lançaram dúvidas sobre a sua confissão, afirmando que ele tinha opiniões pró-russas e que era pouco provável que pegasse em armas na sua idade.
“Ele nunca teve uma arma, nunca foi dono de uma arma, nunca fez nada disso… É mais um pacifista”, disse Fox à Reuters no mês passado.
Hubbard é um dos pelo menos 10 cidadãos americanos que se encontram presos na Rússia há mais de dois meses, depois de uma troca de prisioneiros entre Moscou e o Ocidente, ocorrida em 1 de agosto, que libertou 24 pessoas, incluindo três americanos.