Rússia investiga se agências ocidentais estavam envolvidas na rebelião do Grupo Wagner, diz Lavrov
Embaixadora dos Estados Unidos na Rússia, Lynne Tracy, conversou com representantes russos no domingo (25) e deu "sinais" de que os EUA não estavam envolvidos no motim
Os serviços de inteligência russos estão investigando se as agências de espionagem ocidentais desempenharam um papel no motim de combatentes mercenários do grupo Wagner no sábado, disse o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, segundo a agência de notícias Tass, nesta segunda-feira (26).
Em entrevista à emissora russa RT, Lavrov disse que a embaixadora dos Estados Unidos no país, Lynne Tracy, conversou com representantes russos no domingo e deu “sinais” de que os EUA não estavam envolvidos no motim, mas que torcia que o arsenal nuclear da Rússia fosse mantido em segurança, disse a Tass.
Ele também citou Tracy dizendo que o motim é um assunto interno da Rússia.
Vários líderes ocidentais disseram que o incidente mostra que a instabilidade está crescendo na Rússia como resultado da decisão do presidente Vladimir Putin de enviar suas forças armadas para a Ucrânia no início do ano passado.
Questionado se havia alguma evidência de que os serviços de inteligência ucranianos e ocidentais estavam envolvidos no motim, Lavrov respondeu:
“Trabalho em um departamento que não coleta provas sobre ações ilegais, mas temos essas estruturas e garanto que eles já entendem isso.”
Dúvidas sobre o futuro do Wagner levantaram questões sobre se o grupo continuará suas operações em países africanos como Mali e a República Centro-Africana, onde suas forças desempenharam um papel importante em conflitos internos de longa data.
Desde que a guerra na Ucrânia minou os laços e o comércio da Rússia com o Ocidente, o Kremlin também tem enfatizado seu compromisso com a África.
Lavrov disse à RT que Mali e a RCA mantiveram contatos oficiais com Moscou paralelamente a suas relações com Wagner, acrescentando: “Várias centenas de militares estão trabalhando na RCA como instrutores; este trabalho, é claro, continuará”.
Lavrov também disse que as alegações ucranianas de que a Rússia planeja encenar um ataque envolvendo uma liberação de radiação na usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, são “absurdas”, informou a Tass.