Rússia demonstra preocupação após explosões em região separatista na Moldova
Duas explosões danificaram mastros de rádio da era soviética na região separatista da Transnístria; autoridades dizem que unidade militar também foi alvo
A Moldova realizou uma reunião de segurança urgente, nesta terça-feira (26), e o Kremlin expressou sérias preocupações depois que duas explosões danificaram mastros de rádio da era soviética na região separatista da Transnístria, onde autoridades disseram que uma unidade militar também foi alvo.
As autoridades moldavas estão sensíveis a qualquer sinal de crescente tensão na Transnístria, uma faixa de terra não reconhecida independente, apoiada por Moscou, na fronteira com o sudoeste da Ucrânia, especialmente desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.
A Rússia tem tropas com base permanente na Transnístria desde o colapso da União Soviética. Kiev teme que a região possa ser usada como plataforma de lançamento para novos ataques à Ucrânia.
“Na madrugada de 26 de abril, duas explosões ocorreram na vila de Maiac, distrito de Grigoriopol: a primeira às 6h40 e a segunda às 7h05”, disse o Ministério do Interior da Transnístria.
Nenhum morador ficou ferido, mas duas antenas de rádio que transmitiam rádio russo foram derrubadas, disse.
Separadamente, o Conselho de Segurança da Transnístria relatou um “ataque terrorista” a uma unidade militar perto da cidade de Tiraspol, informou a agência de notícias russa TASS.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres que a notícia é motivo de séria preocupação e que Moscou está acompanhando os acontecimentos de perto.
O gabinete do presidente não reconhecido da Transnístria ordenou que o nível de ameaça terrorista fosse elevado para vermelho e disse que postos de controle seriam montados nas entradas das cidades da região.
Todos os veículos que entrassem à noite seriam verificados, disse.
Os incidentes se seguiram a uma série de explosões que a televisão local informou na segunda-feira que atingiram o Ministério da Segurança do Estado da Transnístria na capital regional, Tiraspol.
Autoridades locais disseram que o prédio foi alvejado por assaltantes não reconhecidos com lança-granadas.
O presidente da Moldova, Maia Sandu, convocou na terça-feira uma reunião do Conselho Supremo de Segurança do país em resposta aos incidentes.
“O Conselho Supremo de Segurança vai se reunir a partir das 13h00 [horário local] na Presidência. Após a reunião, às 15h, o Presidente Maia Sandu fará uma conferência de imprensa”, disse a assessoria de imprensa do presidente em comunicado.
Na segunda-feira, o governo da Moldova disse que as explosões em Tiraspol visavam criar tensões em uma região que não tinha controle.
Na semana passada, um alto oficial militar russo disse que a segunda fase do que a Rússia chama de “operação militar especial” inclui um plano para assumir o controle total do sul da Ucrânia e melhorar seu acesso à Transnístria.
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