Russa que protestou contra a guerra na TV diz que foi interrogada por mais de 14 horas
Marina Ovsyannikova respondeu a um tribunal de Moscou por infração administrativa e foi considerada culpada nesta terça-feira (15); ela protestou contra a guerra no principal canal de TV estatal do país
A jornalista russa Marina Ovsyannikova, que fez um protesto anti-guerra ao vivo na TV estatal, disse à imprensa que foi interrogada pelas autoridades por mais de 14 horas e não teve direito a aconselhamento jurídico.
“Foram realmente dias muito difíceis da minha vida. Eu literalmente passei dois dias sem dormir. O interrogatório durou mais de 14 horas, não tive permissão para entrar em contato com meus parentes ou amigos, não tive assistência jurídica. Então, estou em uma posição bastante difícil”, afirmou Ovsyannikova à imprensa após a audiência no tribunal.
O advogado Dmitry Zakhvatov disse em entrevista à CNN que ficou sem notícias sobre a editora. Horas depois do relato, ele informou que ela foi encontrada em um tribunal de Moscou. Ele publicou no Telegram uma foto com Ovsynnikova e um de seus advogados, Anton Gashinsky.
Ovsyannikova respondeu ao tribunal por infração administrativa e foi considerada culpada nesta terça-feira (15).
Entenda o caso
Por volta das 21h30, no horário de Moscou, de segunda-feira (14), o principal noticiário da emissora estatal russa Channel One foi interrompido por uma mulher com um cartaz que pedia aos espectadores que “não acreditassem na propaganda” e “parassem a guerra” na Ucrânia.
“E não acreditam na propaganda, aqui eles contam mentiras. Russos contra a guerra”, continua os dizeres da faixa.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentou o caso em uma teleconferência nesta terça-feira: “no que diz respeito a essa senhora, isso é vandalismo”.