Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Rio Mississipipi vive seca histórica e água do mar começa a invadir seu curso nos EUA

    Estados norte-americanos da Louisiana, Mississippi, Minnesota, Wisconsin, Nebraska, Kansas e Iowa são atingidos pela estiagem

    Mary Gilbertda CNN

    Os níveis de água no rio Mississipi estão se aproximando das mínimas históricas pelo segundo ano consecutivo. Sem chuvas substanciais previstas, espera-se que os níveis caiam para níveis ainda menores nas próximas semanas.

    A crise desencadeia uma emergência de água potável no estado norte-americano da Louisiana, à medida que a água do oceano flui rio acima, sem ser impedida pelo fluxo atipicamente fraco do rio.

    Os medidores de água em uma extensão de quase 640 quilômetros do rio Mississippi, da foz do rio Ohio até Jackson, no Mississippi, estão todos em nível crítico ou abaixo dele.

    Os dados são da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) e do Serviço Geológico dos Estados Unidos e sinalizam perturbações generalizadas para os residentes e indústria ao longo do rio.

    Todos os medidores na área de Memphis estão entre os cinco níveis mais baixos já registrados, segundo Katie Dedeaux, hidróloga do Serviço Meteorológico Nacional em Memphis. Os níveis de água para alguns medidores do sul do Missouri ao centro do Mississippi deverão cair ainda mais e registrar novos recordes em meados de outubro.

    Prevê-se que os níveis de água do baixo rio Mississippi continuem caindo pelo menos até meados de outubro, de acordo com Dedeaux.

    “Vamos precisar de um período bastante significativo de chuva em toda a bacia”, disse Dedeaux à CNN. Esta não é uma situação em que uma chuva forte possa resolver o problema. “Não vai ser uma coisa da noite para o dia.”

    Isto pode significar problemas para dezenas de milhares de pessoas em quatro paróquias — termo equivalente aos condados dos outros estados — da Louisiana, incluindo Nova Orleans. Na região, as águas estão ameaçadas pela água salgada do oceano que avança para norte.

    Para fazer recuar a água salgada, são necessários “250 mm de precipitação em todo o vale do Mississipi”, segundo o coronel Cullen Jones, comandante do escritório do Corpo do Exército em Nova Orleans. Essa ajuda que poderá não chegar até o inverno no hemisfério norte — que começa junto com o nosso verão.

    Uma confluência de extremos

    Os níveis da água no rio Mississipi começaram a cair no início de setembro, bem antes da queda do ano passado, registrada em outubro.

    A natureza consecutiva destas secas impediu que o rio pudesse recarregar, disse Dedeaux à CNN.

    Foi difícil obter chuvas significativas em grandes áreas da bacia hidrográfica do rio Mississippi durante o verão devido a uma série aparentemente interminável de ondas de calor que alimentaram temperaturas recordes e direcionaram o clima úmido para longe do sul e centro dos EUA.

    Este verão foi o mais quente e o terceiro mais seco já registrado na Louisiana. Mais de 90% do estado está em seca severa ou excepcional — um nível não alcançado desde 2011. A seca excepcional alimentada pelo calor também está em vigor em partes do Mississippi, Minnesota, Wisconsin, Nebraska, Kansas e Iowa.

    Como resultado, partes de Minnesota, Wisconsin, Iowa, Mississippi e Louisiana terminaram o verão com um déficit de chuvas de 50 a 200 milímetros abaixo do que normalmente chove durante a temporada, de acordo com dados da NOAA. Algumas partes da Louisiana perderam 250 milímetros ou mais de chuvas típicas durante o verão.

    O défice de precipitação no extremo sul da bacia hidrográfica também pode estar relacionado, em parte, com a falta de atividade de furacões que teve impacto na região nas duas últimas temporadas. Nenhum sistema tropical que pudesse despejar grandes quantidades de chuva, atingiu a Louisiana ou o Mississippi nos últimos dois anos.

    Embora outubro e novembro sejam normalmente quando o rio Mississipi está nos seus níveis mais baixos, todos estes fatores alimentaram défices de precipitação significativos em toda a bacia hidrográfica do Mississipi. Isso provocou níveis dramaticamente mais baixos do que o normal, disse Alexis Highman, do Lower Mississippi River Forecast Center, à CNN.

    Veja também: Seca pode afetar 60% do transporte no rio Amazonas

    Tópicos