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    Reunião liderada pela ONU com Talibã no Catar gera críticas

    Altos funcionários da organização e representantes de até 25 países se encontrarão em Doha, Catar, no próximo final de semana

    Michelle Nicholsda Reuters

    O governo Talibã do Afeganistão deverá enviar autoridades ao Catar no próximo fim de semana para uma reunião com altos funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) e representantes de até 25 países para um encontro de dois dias. O anúncio gerou críticas de grupos de direitos humanos por não incluírem mulheres afegãs.

    Esta será a terceira reunião do tipo liderada pela ONU em Doha, mas a primeira com a presença dos talibãs, que não são reconhecidos internacionalmente desde que tomaram o poder em agosto de 2021, quando as forças lideradas pelos Estados Unidos se retiraram do país após 20 anos de guerra.

    A ONU vem tentando encontrar uma abordagem internacional mais unificada para lidar com os talibãs, que têm reprimido os direitos das mulheres desde que regressaram ao poder.

    “Excluir as mulheres é correr o risco de legitimar os abusos do Talibã e provocar danos irreparáveis ​​à credibilidade da ONU como defensora dos direitos das mulheres e da participação significativa das mulheres”, disse Tirana Hassan, diretora-executiva da Human Rights Watch, sobre a terceira reunião em Doha.

    A chefe de assuntos políticos da ONU, Rosemary DiCarlo, a enviada especial da ONU para o Afeganistão, Roza Otunbayeva, e enviados de vários países devem se reunir separadamente com grupos da sociedade civil afegã após reuniões com o Talibã, disse a ONU.

    As reuniões em Doha fazem “parte de um processo e não é algo isolado”. Mulheres e sociedade civil continuam fazendo parte dele, disse o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, neste domingo.

    “Também visam encorajar as autoridades de fato a se envolverem com a comunidade internacional com uma abordagem coordenada e estruturada para o benefício do povo afegão”, disse Dujarric.

    “Os direitos humanos e os direitos das mulheres e meninas terão lugar de destaque em todas as discussões, certamente por parte da ONU”, completou.

    Desde que o Talibã voltou ao poder, a maioria das meninas foi impedida de frequentar o ensino médio e as mulheres, as universidades.

    Os talibãs também impediram que a maioria das funcionárias afegãs trabalhasse em agências de ajuda humanitária, fecharam salões de beleza, proibiram a entrada de mulheres em parques e restringiram as viagens de mulheres na ausência de um guardião masculino.

    O Talibã afirma que respeita os direitos de acordo com sua interpretação da lei islâmica.

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