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    Resumo: Irã ataca Israel, que diz que responderá; ONU pede para “diminuir temperatura”

    Grande parte dos armamentos lançados pelos iranianos foi interceptada antes de chegar ao território israelense

    Da CNN

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    O Irã deu início a uma ofensiva sem precedentes contra Israel neste fim de semana.

    Foram lançados mais de 350 drones e mísseis contra o território israelense no último sábado (13).

    Entretanto, grande parte dos armamentos foi interceptada antes de chegar a Israel.

    Em uma reunião no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) neste domingo (14), as duas partes trocaram acusações.

    A CNN apresenta, a seguir, um resumo sobre o conflito.

    Por que o Irã atacou Israel?

    Irã e Israel são rivais de longa data e estão envolvidos numa guerra paralela há anos.

    O Irã lançou seu ataque sem precedentes em resposta a um suposto ataque israelense ao consulado iraniano em Damasco, na Síria, em 1º de abrile.

    Na ocasião, foram mortos ao menos sete funcionários, incluindo Mohammed Reza Zahedi, um comandante do alto escalão da elite da Guarda Revolucionária do Irã, e o comandante sênior Mohammad Hadi Haji Rahimi

    O ataque de Teerã teve como alvo a base aérea de Nevatim, disse um oficial do exército iraniano neste domingo (14), alegando que foi deste local que o ataque de Israel ao consulado iraniano foi lançado no início de abril.

    Como ocorreu o ataque?

    Mais de 300 armamentos – incluindo cerca de 170 drones e mais de 120 mísseis balísticos – foram disparados no imenso ataque aéreo.

    Destes, “99%” foram interceptados pelos sistemas de defesa aérea de Israel e dos seus aliados, de acordo com os militares israelenses, com apenas um pequeno número chegando ao território israelense.

    Como os armamentos foram interceptados?

    Israel opera uma série de sistemas para bloquear ataques de tudo, desde mísseis balísticos com trajetórias que os levam acima da atmosfera até mísseis de cruzeiro e foguetes que voam baixo.

    O sistema Domo de Ferro de Israel tem sido usado frequentemente desde que o país iniciou a sua ofensiva militar em Gaza em resposta aos ataques do Hamas em Israel, em 7 de outubro.

    O Domo é a camada inferior da defesa antimísseis de Israel, de acordo com a Organização de Defesa de Mísseis do país.

    Existem pelo menos 10 baterias dele em Israel, cada uma equipada com um radar que detecta foguetes e depois usa um sistema de comando e controle que calcula rapidamente  se um projétil que se aproxima representa uma ameaça ou tem probabilidade de atingir uma área despovoada.

    Se o foguete representar uma ameaça, o equipamento dispara mísseis do solo para destruí-lo no ar.

    O próximo degrau na escada da defesa antimísseis é o David’s Sling, que protege contra ameaças de curto e médio alcance.

    O David’s Sling, um projeto conjunto do Rafael Advanced Defense System de Israel e da gigante de defesa dos EUA Raytheon, usa interceptores cinéticos Stunner e SkyCeptor para atingir alvos a até 300 quilômetros de distância, de acordo com o projeto Missile Threat do Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos (CSIS, em inglês).

    Acima dele estão os sistemas Arrow 2 e Arrow 3 de Israel, desenvolvidos em conjunto com os Estados Unidos.

    O Arrow 2 utiliza ogivas de fragmentação para destruir mísseis balísticos que se aproximam na sua fase terminal – à medida que mergulham em direção aos seus alvos – na alta atmosfera, de acordo com o CSIS.

    O equipamento tem um alcance de 90 quilômetros e uma altitude máxima de 51 quilômetros, de acordo com a Missile Defense Advocacy Alliance, que chamou o Arrow 2 de uma atualização das defesas antimísseis Patriot dos EUA que Israel já usou nesta função.

    Enquanto isso, o Arrow 3 usa tecnologia hit-to-kill para interceptar mísseis balísticos que se aproximam no espaço, antes que eles reentrem na atmosfera a caminho dos alvos.

    O que diz o Irã?

    No Conselho de Segurança da ONU, o embaixador do Irã, Saeid Iravani, disse que a ação foi de autodefesa.

    “A agressão feita no dia 1º de abril nas instalações diplomáticas desobedeceram à Carta da ONU e todas as determinações”, explicou Iravani

    “A operação do Irã exerceu o direito de autodefesa, como colocado no artigo 51 da Carta da ONU, e reconhecida internacionalmente pelo direito internacional. Essa ação já concluída foi necessária e proporcional. Ela foi precisa e teve alvo apenas militares e feita de forma cuidadosa para prevenir vítimas entre civis”, prosseguiu.

    De acordo com o embaixador, os Estados Unidos, junto da França e do Reino Unido, diziam que não enxergavam o que estava acontecendo e acabaram contribuindo para a situação atual.

    De forma hipócrita, esses três países culparam o Irã e eles acabaram ameaçando a segurança na região. Trataram de forma manipulativa, espalharam desinformação no jogo de culpar o outro

    Saeid Iravani

    O que diz Israel?

    Em seu discurso, o embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, afirmou que Israel “tem todo o direito de retaliar o ataque do Irã”.

    “O ataque de ontem cruza todas as linhas vermelhas, e Israel tem todo o direito de retaliar. Não somos um sapo numa panela fervendo, somos um país de leões”, disse Erdan.

    Na avaliação de Erdan, o Irã age como o regime nazista ao atacar Israel. “Ao invés de gritar ‘sieg heil’ [Viva a vitória, saudação nazista], eles gritam ‘morte a Israel’”.

    “Há anos, o mundo vem assistindo à ascensão dos xiitas como foi a ascensão do nazismo. O Irã vem violando às resoluções do Conselho de Segurança e a Carta da ONU há anos. O mundo deve parar as ações criminosas do Irã”, acrescentou o diplomata israelense.

    O que diz a ONU?

    O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou na abertura da reunião no Conselho de Segurança da ONU que a hora é de“diminuir a temperatura”.

    “O Oriente Médio está agora numa situação de extremo perigo que pode levar para um conflito total. Agora é a hora de diminuir a temperatura.É a hora para a conversa”, disse Guterres.

    “É hora de recuar do abismo. É vital evitar qualquer ação que possa levar a grandes confrontos militares em múltiplas frentes no Oriente Médio”, acrescentou.

    Guterres indicou que a ONU e os países membros têm uma “responsabilidade partilhada” de envolver “todas as partes envolvidas para evitar uma nova escalada”.

    Ele também pediu um cessar-fogo no conflito entre Israel e Hamas. “Nem a região, nem o mundo podem permitir-se mais guerra”, comunicou.

    Fim da retaliação

    O Irã enviou uma mensagem privada aos Estados Unidos dizendo que a sua retaliação contra Israel terminou. A fala vai de encontro ao que Teerã disse publicamente, de acordo com um alto funcionário da administração.

    No final do sábado (13), o Irã disse que “o assunto pode ser considerado concluído”.

    No entanto, o presidente Ebrahim Raisi declarou que qualquer “nova agressão contra os interesses da nação iraniana terá uma resposta mais pesada e lamentável”. 

    Presidente de Israel diz que Irã fez “declaração de guerra”

    Em entrevista exclusiva à CNN, o presidente de Israel, Isaac Herzog, garantiu que o país não quer guerra com o Irã, mas reiterou a afirmação de que os ataques iranianos configuram uma “declaração de guerra”.

    “Quero dizer que não estamos buscando a guerra. Sempre estamos buscando a paz e queremos alcançar a paz na região. É para isso que lutamos ao longo dos anos”, disse Herzog.

    Porém, segundo o presidente, Israel foi alvo de “um ataque muito agressivo e brutal”. “Foram mais de 350 armamentos, incluindo mísseis e drones. Foi uma declaração de guerra.”

    Durante a entrevista, Herzog usou, por mais de uma vez, o termo “império do mal” para se referir aos iranianos e aos extremistas do Hamas, contra quem Israel trava uma guerra na Faixa de Gaza.

    “Estamos encarando o império do mal, que quer erradicar os valores do mundo livre”, sentenciou. “É por isso que esses drones estão matando pessoas na Ucrânia e em outros lugares. É por isso que agora é hora de dizer: não deixaremos.”

    *Publicado por Douglas Porto, com informações da CNN Internacional e da Reuters

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