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    Restaurante de ramen em Tóquio proíbe clientes de usar celulares enquanto comem

    Dono passou a cronometrar o tempo em que as pessoas levavam para se alimentar, e notou que as que assistiam a vídeos nos smartphones demoravam mais para terminar a refeição

    Moeri Karasawada CNN

    Nos restaurantes de macarrão ramen do Japão, existe uma regra implícita: coma rápido e vá embora.

    O dono de um deles leva esse costume tão a sério que começou a cronometrar quanto tempo seus clientes levariam para começar a comer. Ele descobriu que os clientes esperavam mais tempo para comer suas tigelas de sopa bem quentes quando assistiam a vídeos em seus telefones. O fato o levou a resolver o problema por conta própria.

    Kota Kai possui e opera o restaurante de Tóquio Debu-chan – “gordinho” em japonês – que celebrará seu quinto aniversário em junho.

    Em março, ele decidiu proibir os clientes de usar seus smartphones durante as refeições nos horários de pico, uma medida que se tornou um tema quente de conversa nas mídias sociais no Japão.

    Desintoxicação digital forçada

    “Certa vez, quando estávamos ocupados, notamos um cliente que demorou quatro minutos para começar a comer”, conta Kai, acrescentando que o cliente assistia a vídeos em seu telefone enquanto a comida esfriava à sua frente.

    Em alguns lugares, isso não pareceria significativo. Mas Kai serve o Hakata, um tipo de ramen regional da prefeitura de Hakata, no oeste do Japão, que ele diz ser uma “comida nascida para pessoas impacientes”.

    Menu da Debu-chan. Localizado no bairro de Shinjuku, em Tóquio, é especializado em ramen Hakata. / Moeri Karasawa

    Segundo o dono do restaurante, o macarrão fino que ele serve tem apenas um milímetro de largura, então eles começam a esticar e estragar muito rapidamente. Por essa lógica, esperar quatro minutos pode resultar em uma refeição ruim.

    O Debu-chan é relativamente grande para uma restaurante de ramen de Tóquio, com 33 lugares. No entanto, Kai diz que não é incomum ter 10 pessoas esperando na fila por um assento nos horários de pico.

    “Quando os assentos estão cheios e vejo as pessoas parando de comer enquanto olham para seus smartphones, digo a elas (para parar)”, diz Kai.

    Ele acrescenta que não colocou nenhum cartaz pedindo às pessoas que guardassem seus telefones; em vez disso, ele fala com os clientes individualmente.

    Para ele, ramen é mais do que apenas comida.

    “Acho que é um entretenimento que deve incluir regras”, diz Kai. “É como ‘em Roma, faça como os romanos’. O ramen é uma forma de entretenimento.”

    Debu-chan não é o primeiro lugar a abordar o uso de smartphones durante o jantar.

    Um McDonald’s em Singapura executou uma campanha em 2017: “Telefone desligado. Diversão ligada”. A loja instalou armários para smartphones onde os clientes podem guardar seus aparelhos enquanto comem, com o objetivo declarado de que as pessoas passem mais tempo com os filhos.

    As restrições do smartphone também não são apenas para comer.

    Em 2021, a região de Adachi de Tóquio emitiu um decreto contra as pessoas que usam seus telefones enquanto caminham ou andam de bicicleta.

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