Republicanos dificultam caminho dos democratas para maioria no Senado
Republicanos derrotaram os democratas em Iowa, Carolina do Sul, Kansas e Texas e conseguiram um assento no Alabama
Após seis anos de maioria republicana, a situação no Senado até poderia se inverter, mas o partido no poder não vai desistir sem lutar.
Os republicanos dificultaram o caminho dos democratas, derrotando-os em Iowa, Carolina do Sul, Kansas e Texas e obtendo um assento no Alabama. Os democratas, no entanto, conseguiram uma cadeira no Colorado, e estão de olho em várias outras dos republicanos.
Alguns previsores políticos disseram que os democratas eram os favoritos para conseguir o controle do Senado. Os candidatos do Partido Democrata apostaram em uma mensagem centrada em proteger o Affordable Care Act (Obamacare), no qual se apoiaram ainda mais diante da pandemia de Covid-19, já que ela elevou as preocupações com assistência médica no país.
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Enquanto isso, os candidatos republicanos estavam ligados a um presidente historicamente impopular, Donald Trump, que colocou até mesmo estados de tradição republicana em jogo. Durante meses, eles afirmaram que a perda deles na Casa levaria ao socialismo, ainda que os democratas escolham Joe Biden, que personifica o establishment, para presidente.
Mas os republicanos esperam que uma recuperação econômica e a recente confirmação de Amy Coney Barrett para a Suprema Corte lembrem os eleitores do porquê eles colocaram os republicanos no poder, e salvem a maioria deles no Senado.
Em um comício no estado do Kentucky na segunda-feira (2), o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, alertou que se os democratas retomarem o controle da Casa, vão abolir a obstrução para aprovar uma ampla legislação progressiva, embalar a Suprema Corte com juízes liberais e conceder um status de estado a Washington, D.C. e Porto Rico. Ele prometeu que, se for reeleito, essas medidas “não chegarão ao Senado de Mitch McConnell”.
Ele venceu a disputa dele nessa terça-feira (3), mas ainda não está claro se vai controlar a Casa por muito mais tempo.
O mapa do Senado
Os republicanos têm 53 assentos no Senado. Os democratas precisam de um ganho líquido de três, e a Casa Branca, para retomar a Casa. Uma dúzia de assentos republicanos no Senado estavam em risco, enquanto apenas alguns senadores democratas tinham assentos competitivos.
O desempenho de Trump é crucial para as chances de os republicanos manterem o Senado. O senador democrata pelo Alabama Doug Jones perdeu para o ex-treinador de futebol da cidade de Auburn Tommy Tuberville em um estado dominado por Trump. Mas o ex-governador John Hickenlooper derrotou o senador republicano Cory Gardner no Colorado, onde Biden venceu Trump.
Com os partidos compensando essas duas cadeiras, o controle do Senado acabar em três disputas.
Arizona
No Arizona, o democrata Mark Kelly, astronauta da Nasa e marido da ex-deputada pelo Arizona Gabby Giffords, aparecia à frente da senadora republicana Martha McSally em todas as pesquisas aprovadas pela CNN neste ano.
McSally, que foi indicada para preencher o assento que pertencia a John McCain, morto em 2018, falhou em entusiasmar alguns conservadores. A senadora sugeriu repetidamente que Kelly estava em dívida com a China por causa da sua participação nos fóruns EUA-China, mas ele se defendeu ao apontar seus feitos como capitão da Marinha.
Maine
Em Maine, a presidente da Câmara estadual, Sara Gideon, tenta expulsar a senadora Susan Collins, último membro republicano do Congresso em New England. Desde a primeira vitória dela, em 1996, Collins desenvolveu uma imagem centrada no Maine e independente, e venceu a última eleição com quase 69% dos votos.
Mas a aprovação de Collins diminuiu durante a gestão Trump, em parte por causa do apoio dela ao plano de impostos de 2017 dos republicanos e à nomeação do juiz Brett Kavanaugh à Suprema Corte. Neste ano, as pesquisas a mostravam atrás na disputa, enquanto críticos a descreviam como alguém presa a interesses pessoais.
Collins focou sua mensagem no que fez em Maine, como alívio financeiro para pequenos comerciantes durante a pandemia e uma promessa de que a antiguidade dela no Senado poderia levar a mais fundos federais para o estado. Ela também se distanciou de Trump em uma região onde ele provavelmente vai perder, se opondo a Barrett e até mesmo se recusando a dizer em quem ela votaria para presidente.
Então, a disputa pelo Senado pode acabar na Carolina do Norte, onde Biden obteve uma pequena vantagem, segundo uma pesquisa recente da CNN.
Carolina do Norte
Revelações recentes do candidato democrata ao Senado Cal Cunningham – acusado de ter um caso extraconjugal – prejudicou a imagem que ele tão cuidadosamente moldou, como um homem íntegro da reserva militar. Mas apesar de os eleitores desaprovarem, ele ainda tem vantagem sobre o senador republicano Thom Tillis.
Antes do escândalo estourar, Cunningham tinha de 42% a 37% de apoio, segundo uma pesquisa Times/Siena de meados de setembro. Posteriormente, a CNN divulgou uma pesquisa mostrando que a vantagem dele havia diminuído para 47% a 44%, em grande parte porque ele manteve sua liderança entre as mulheres.
Denise Adams, membro da Câmara Municipal de Winston-Salem, disse à CNN que as mulheres “perceberam o que está em disputa”, acrescentando que assistência médica, acesso ao aborto e investimento em educação estão em jogo.
Apesar de tudo isso, será difícil para os democratas tomarem esses três estados.
Os republicanos celebraram uma vitória crucial em Iowa, onde ligaram a candidata democrata Theresa Greenfield a líderes em Washington, como a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi.
Talvez a maior surpresa da eleição deste ano tenha sido na Carolina do Sul, que não elegia um democrata para o Senado desde a aposentadoria de Fritz Hollings, há 15 anos. Desde as eleições para o Senado de 2004, um candidato democrata no estado nunca obteve 45% dos votos.
(Texto traduzido. Leia o original em inglês.)