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    República Dominicana adota “segurança extrema” na fronteira com Haiti após fuga de prisioneiros

    Mais de 3 mil pessoas fugiram de prisões haitianas no final de semana

    Manifestantes em Porto Príncipe, Haiti, em 1º de março de 2024
    Manifestantes em Porto Príncipe, Haiti, em 1º de março de 2024 Ralph Tedy Erol/Reuters

    Jessica Hasbunda CNN

    O presidente da República Dominicana, Luis Abinader, informou na segunda-feira (4) que está em vigor um nível extremo de segurança na fronteira com o Haiti após a fuga de mais de 3 mil prisioneiros do país vizinho no fim de semana. O chefe de Estado não revelou detalhes sobre o aumento da segurança nas fronteiras.

    Em coletiva de imprensa, Abinader alertou que qualquer prisioneiro haitiano fugitivo que entre no país terá “uma resposta drástica”.

    O presidente considerou que as gangues que controlam partes do Haiti não cruzaram o território dominicano “porque sabem o que pode acontecer com elas”.

    O presidente lembrou que desde outubro de 2023 República Dominicana não concede vistos ao Haiti. Reiterou também que não aceitará a criação de campos de refugiados para haitianos na República Dominicana, embora considere que não acredita que a ONU solicitará isso.

    Anteriormente, o presidente se reuniu a portas fechadas com membros do Conselho de Segurança Nacional para discutir a crise no Haiti, após recentes atos de violência e crime no país vizinho. Até o momento, nenhum detalhe sobre esse encontro foi revelado.

    O ministro da Presidência, Joel Santos, informou que o mercado binacional entre os dois países foi realizado na segunda-feira em Dajabón, zona de comércio livre na fronteira comum, sob estritas medidas de segurança.

    Santos indicou que a presença militar foi aumentada e que os procedimentos de imigração para atravessar para o mercado foram reforçados.

    Os haitianos que cruzaram na segunda-feira para o mercado binacional para se abastecerem se mostraram preocupados com a situação do seu país.

    O mais recente aumento da violência, que começou na quinta-feira (29) e atingiu delegacias de polícia, o aeroporto internacional e a Penitenciária Nacional, não tem precedentes, segundo o cientista político haitiano Joseph Harold Pierre.

    “O que está acontecendo no Haiti atualmente é a inexistência do Estado haitiano. A população está totalmente desorientada, especialmente as pessoas que vivem em Porto Príncipe [CAPITAL], porque agora há muitas pessoas perigosas nas ruas”, avaliou Harold Pierre.

    Na sexta-feira (1°), Jimmy Cherizier, ex-agente da polícia que lidera uma aliança de gangues também conhecida como “Barbecue”, afirmou que continuará a tentativa de derrubar o primeiro-ministro Ariel Henry, que estava no Quênia para concretizar o esperado envio de uma missão multinacional para reforçar a segurança no Haiti.

    Ao mesmo tempo, Henry prometeu, segundo os líderes caribenhos, realizar eleições gerais até 31 de agosto do próximo ano. Mas suas ações não acalmaram a situação.

    O Haiti permanece em estado de emergência e toque de recolher até quarta-feira (6), segundo as autoridades do país.