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    Repatriados de Gaza chegam a Brasília e são recebidos por Lula

    Antes de chegar à capital federal, aeronave com o grupo de 32 brasileiros e familiares fez uma parada técnica em Recife

    Douglas Portoda CNN , em São Paulo

    Brasileiros e familiares repatriados da Faixa de Gaza chegaram à Base Aérea de Brasília, nesta segunda-feira (13). O pouso da aeronave foi às 23h24.

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi ao local para fazer a recepção dos cidadãos, que esperaram mais de três semanas até conseguir autorização para conseguir sair do enclave atingido pela guerra entre Israel e o Hamas.

    Além de Lula, também estavam na recepção os ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira; da Justiça, Flávio Dino; da Saúde, Nísia Trindade; da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta; dos Direitos Humanos, Silvio Almeida; e da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo; e a primeira-dama, Janja da Silva.

    Das 34 pessoas que pediram ao governo brasileiro para serem repatriadas – 24 brasileiros e 10 familiares palestinos próximos –, 32 deixaram a área do conflito. Segundo apurou a CNN, duas brasileiras, mãe e filha, decidiram ficar no território palestino por motivos pessoais.

    Os resgatados poderão solicitar a inclusão no Bolsa Família e outros programas de benefícios assistenciais, segundo informou o Ministério do Desenvolvimento Social.

    O grupo de brasileiros passará duas noites em um alojamento na Base Área, onde serão atendidos por assistentes sociais, além de receberem atendimento médico e psicológico.

    Todos passarão por atendimento de regularização migratória e serão incluídos no Cadastro Único, que possibilita ser beneficiado pelos programas sociais do governo federal.

    Segunda lista

    O repatriado Hasan Rabee afirmou que sua mãe e irmã não vieram para o Brasil porque ainda não houve a aprovação da segunda lista de saída da Faixa de Gaza.

    Na ocasião, Lula disse ao ministro Mauro Vieira que seria preciso “continuar brigando pela aprovação da segunda lista”.

    Entenda em 6 pontos como foi o trajeto até o Brasil

    • Os 32 brasileiros cruzaram, no domingo (12), a passagem de Rafah, fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito;
    • O grupo foi embarcado em veículos fretados pela Embaixada do Brasil no Egito e seguiu para o Cairo;
    • Eles pernoitaram na capital do Egito, onde receberam apoio do governo federal;
    • Na manhã desta segunda-feira (13), embarcaram no avião VC-2, da Presidência da República;
    • O voo fez escalas técnicas em Las Palmas (Espanha) e Recife;
    • O desembarque na Base Aérea de Brasília aconteceu às 23h30 de hoje.

    Mais brasileiros em Gaza

    “A comunidade brasileira em Gaza tem cerca de 100 brasileiros, incluindo aqueles que já retornaram ao Brasil”, disse à CNN o embaixador brasileiro na Palestina, Alessandro Candeas, depois que os 32 repatriados deixaram a região.

    Segundo Candeas, não há uma segunda lista de solicitações de retorno.

    O processo de repatriação teve diversos entraves, incluindo o fechamento temporário da fronteira de Rafah até o momento de embarque. Para Candeas, foram “três semanas de inércia angustiante” até garantir a segurança dos cidadãos.

    Negociação para a saída

    O representante do Brasil afirmou que, desde o início do conflito, houve uma mobilização pela retirada dos brasileiros. “Imagens como essa [do embarque] nos alegram e recompensam esse esforço”.

    O processo envolveu o abrigo desse grupo em uma escola e, depois, em locais alugados. Para garantir a segurança dos espaços, o paradeiro era informado ao governo de Israel e outras autoridades, relatou Candeas.

    Ele descreveu a interlocução pela saída como “complexa em todos os níveis”. Além de Israel e do Egito, envolveu o grupo radical islâmico Hamas, que controla Gaza.

    “Era necessário ter algum canal pragmático, prático e objetivo com as autoridades de Gaza. Isso não implica em qualquer nível de negociação ou reconhecimento, mas para entrar ou sair da região, a autorização do grupo que, de fato, a controla é necessária”, contou.

    Além da complexidade da negociação, Candeas citou o bombardeio de estradas próximas como uma dificuldade adicional para a retirada. Ele não classifica esse ato como uma retaliação de nenhuma das partes envolvidas no embate ao posicionamento brasileiro.

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