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    Repatriado de Gaza diz que contava para filhas que ataques de Israel eram bombas de festa de aniversário

    Grupo de 32 brasileiros chegou na noite desta segunda-feira (13) a Brasília; morador da capital recebeu mulher e três filhas que estavam a área de conflito

    Gabriel GarciaAfonso BenitesJoão Rosada CNN , Brasília

    Após a chegada do grupo de 32 repatriados da Faixa de Gaza em Brasília na noite desta segunda-feira, (13), Hasan Rabee, um dos repatriados, visivelmente emocionado, relatou que contava para as filhas que os ataques de Israel eram “bombas de festa de aniversário”.

    “O que está acontecendo lá, na verdade, é um massacre. É difícil para todos vocês entenderem o que a gente passa lá. As bombas caindo de todo lado, as minhas filhas ficaram muito chocadas. Na primeira, segunda semanas, a gente ficou mentindo que os ataques eram bombas de festa de aniversário. Mas a gente não conseguiu segurar muito tempo”, concluiu.

    Mohammed Jabr Ismil Abushanab, morador de Brasília, que é casado e pai de três filhos palestinos que foram repatriados, destacou a sensação de medo sentida pelos familiares.

    Veja também: Avião com repatriados de Gaza chega a Brasília

    “O mais importante é que eles chegaram aqui vivos. Infelizmente eles chegaram aqui com muito medo, 37 dias sem água, sem energia, sem internet. Tive muito pouco contato com eles. Lá é muito difícil ter energia. Eles me mandavam mensagem a cada dois ou três dias. Eles passaram cinco meses lá”, destacou.

    A mulher dele, Ramalah Abushanab, disse que viu gente morta em vários locais e sua família teve de se mudar de casa três vezes. “Lá está muito perigoso, quase toda rua tem alguém morto. Ela estava na casa da família dela. Ela mudou três vezes, ela deixou o primeiro lugar, esse segundo lugar, destruíram, eles mudaram para outro lugar”, disse Mohammed.

    Ele também relatou que planeja matricular os filhos novamente em uma escola brasileira, e que voltar para Gaza não está nos planos da família.

    “Graças a Deus eles estão aqui e estão bem. Eles falam português, eles estudaram aqui quatro anos em uma escola do governo. Eu vou matriculá-los novamente na escola para eles voltarem a estudar. Eles não querem voltar para lá [Faixa de Gaza] novamente, eles estão com muito medo para voltar para lá.”

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