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    Renúncia de Boris Johnson era “anunciada”, diz professor

    Em entrevista à CNN Rádio, o coordenador de Relações Internacionais da Americas International College, Sidney Ferreira Leite, repercutiu a renúncia do primeiro-ministro do Reino Unido

    Alessandra Ferreirada CNN

    O primeiro-ministro do Reino Unido abriu mão da posição de líder do Partido Conservador após uma série de escândalos e os pedidos de demissão de  mais de 50 integrantes do governo.

    Em entrevista à CNN Rádio, Ferreira Leite disse que acredita que os escândalos não foram o único motivo para a renúncia de Johnson. “Ele não conseguiu levar adiante o seu projeto de fazer uma transição de um Reino Unido pós-Brexit que tivesse prosperidade e estabilidade econômica. O governo aumentou impostos, o que vai contra toda tradição conservadora. Então temos essa questão mais conjuntural e essas atitudes do ponto de vista ético [que são] muito, muito duvidosas,” explicou.

    O coordenador do Curso de Graduação em Relações Internacionais da Americas International College, em São Paulo, avaliou que Boris Johnson “teve uma sobrevida por causa da Guerra da Ucrânia”, mas que as características disruptivas do conflito ainda vão influenciar o mapa geopolítico europeu.

    “Talvez à exceção do presidente da França, Emmanuel Macron, todo o mapa político da Europa, inclusive do Reino Unido, sofre abalos com esse conflito. As consequências econômicas são em aspectos cruciais da economia contemporânea, como a energia. A guerra entre Ucrânia e Rússia não é um conflito regional, ela tem uma dimensão global que não se traduz em uma Terceira Guerra Mundial, mas tem um impacto em duas esferas da realidade fundamental, que são a política e economia global.”

    Boris Johnson deve permanecer no cargo de premiê até o segundo semestre para que os conservadores tenham tempo de eleger um novo líder. Na avaliação do especialista em Relações Internacionais, não existem favoritos para a vaga no momento. “O Partido Trabalhista está em crise já há algum tempo. Da parte do Partido Conservador, é muito provável que a indicação seja de um dos ex-ministros que renunciaram. Mas não há, digamos, um líder com uma capacidade de liderança carismática que desponta como franco favorito,” completou.

    O Partido Conservador deve definir na próxima semana os possíveis candidatos a primeiro-ministro. A duração do processo pode variar e vai depender de quantas pessoas se apresentarem como pretendentes. Entre os nomes cotados estão o ex-Secretário de Estado de Defesa, Ben Wallace e a ministra de Relações Exteriores, Liz Truss.

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