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    Reino Unido sugere uso de vapes em programa de redução de danos

    Campanha "Swap to Stop" ou "Trocar para parar" quer reduzir as taxas de tabagismo a partir da troca do cigarro tradicional, com opção considerada menos nociva à saúde

    Da CNN

    Os vapes são regulamentados em 80 países. No Brasil, o consumo e a venda são proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, desde 2009. O problema é que, como não há regulamentação, não se sabe quais substâncias estão presentes nesses cigarros, o que pode impactar ainda mais a saúde de quem consome.

    No Reino Unido, com a campanha “Trocar para parar”, o governo fornece vapes para auxiliar um milhão de adultos fumantes de cigarros convencionais. Para a pesquisadora do King’s College London, Debbie Robson, “com toda a investigação que fazemos para o governo e sobre os riscos da vaporização e também a eficácia da vaporização como método de parar com o tabagismo, isso levou-nos provavelmente a uma posição diferente na Inglaterra do que em outras partes do mundo. Nesse sentido a nossa política de saúde do governo apoia o enorme potencial da vaporização para ajudar as pessoas a pararem de fumar cigarros”.

    Apesar de menos nocivo à saúde, o governo britânico alerta que os dispositivos eletrônicos não são livres de riscos. Vale lembrar também que o consumo é totalmente proibido a menores de 18 anos.

    Robson pontua que a proposta é evitar com que jovens e crianças comecem a fumar tanto vapes quanto cigarros. A pesquisadora reforça que há “diretrizes clínicas que recomendam a vaporização para o tratamento de primeira linha para a cessação do tabagismo, bem como terapia de reposição de nicotina e outros auxiliares para cessação do tabagismo e apoio terapêutico.”

    A partir de um estudo feito em setembro de 2022, o Ministério da Saúde inglês reafirmou que os vaporizadores são 95% menos prejudicais do que os cigarros comuns, ou 20 vezes menos nocivos.

    O relatório descobriu ainda que, os níveis de substâncias tóxicas, como o monóxido de carbono e compostos orgânicos voláteis, são iguais ou menores nos consumidores de cigarros eletrônicos do que em fumantes.

    Entre os adultos ingleses, a proporção de pessoas que usavam cigarros comuns conjuntamente com os eletrônicos caiu de 73,7% em 2012 para 31% em 2021, o que mostra a tendência de abandono de um produto mais prejudicial para um produto de menor risco.

    A pesquisadora do King’s College London destaca ainda que “nesses estudos descobrimos consistentemente que, em relação às pessoas que fumam cigarros normais, as que fumavam vape tinham níveis significativamente mais baixos de substâncias tóxicas nos seus corpos, portanto, substâncias que estão relacionadas com o câncer, com doenças cardiovasculares ou doenças respiratórias”.

    No Brasil, a Anvisa abriu uma consulta pública em 12 de dezembro. O órgão quer ouvir a sociedade civil sobre o tema, que terá até o mês de fevereiro para enviar suas contribuições.

    (Publicado por Carol Gregnanin)