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    Reino Unido espera 750 mil súditos e fila de 30 horas para ver caixão da rainha

    Fileira de visitantes se estendeu por vários quilômetros ao longo da margem sul do Rio Tâmisa

    Angus MacSwanFarouq Suleimanda Reuters

    Enlutados de todas as idades, profissões e classes sociais passaram pelo caixão da rainha Elizabeth II em Westminster Hall, em Londres, durante a noite desta quarta-feira (14) para prestar as últimas homenagens à monarca mais antiga da Grã-Bretanha antes de seu funeral na segunda-feira (19).

    Após dias de procissões e rituais enquanto o corpo da rainha era trazido de Balmoral, na Escócia, onde ela morreu na última quinta-feira (8), aos 96 anos, para Londres, o público teve a oportunidade de participar diretamente de uma cerimônia.

    Muitos estavam em lágrimas ao passarem pelo caixão coberto por bandeiras.

    As autoridades esperam que cerca de 750 mil pessoas o vejam antes que o velório termine.

    A fila de visitantes se estendeu por vários quilômetros ao longo da margem sul do Rio Tâmisa, passando por pontos turísticos como a Tower Bridge e uma réplica do Shakespeare’s Globe Theatre, cruzando a Lambeth Bridge ao se aproximar do Westminster Hall.

    Falando à “BBC” nesta quarta, a secretária de Cultura do Reino Unido, Michelle Donelan, afirmou que o governo espera “filas extremamente grandes, que podem chegar a trinta horas”.

    Thomas Hughes, de 20 anos, que ficou quase 14 horas na espera com seu irmão, disse que finalmente ver o caixão foi bastante devastador.

    “Você faz tudo isso porque quer prestar respeito a essa senhora… e acho que quando você se submete a isso, e chega ao momento em que está esperando, você fica um pouco mais emocional”, relatou o jovem, que acrescentou: “É uma coisa muito poderosa.”

    A maioria era britânica, mas algumas pessoas eram do exterior. Eles eram jovens e velhos, e incluíam ex-soldados em medalhas militares e bebês sendo carregados por seus pais. Muitos pararam junto ao caixão para abaixar a cabeça e prestar condolências. Outros enxugaram as lágrimas.

    Alguns estavam lá para representar pais idosos, outros para testemunhar a história e agradecer a uma mulher que, tendo ascendido ao trono em 1952, ainda realizava reuniões oficiais do governo apenas dois dias antes de morrer.

    O caixão da rainha Elizabeth está no centro de Westminster Hall em um catafalco roxo colocado em uma plataforma vermelha.

    Está coberto pela bandeira do Royal Standard, com a Coroa do Estado Imperial colocada sobre uma almofada, ao lado de uma coroa de flores.

    Soldados e “Beefeaters” — os guardas vestidos de vermelho geralmente encontrados guardando a Torre de Londres — estavam de vigília com a cabeça baixa.

    Entre os primeiros a entrar estava Kenneth Taylor, de 72 anos, de Reading, no centro da Inglaterra, que veio com um vizinho e passou a noite em uma barraca na fila.

    Chorando, Taylor afirmou que se sentiu triste ao ver a rainha. “Me deu um nó na garganta.”

    “Você sabe, nós perdemos alguém especial. Seu serviço a este país foi realmente firme e inabalável. E ela é provavelmente o que eu chamaria de rainha das rainhas.”

    Danielle Harbron, 49, de Derbyshire, disse: “Eu estava esperando andar chorando e sair do outro lado ainda chorando, mas foi apenas uma sensação muito, muito surreal, muito estranha”.

    O caixão foi trazido para o salão do Palácio de Buckingham em cima de uma carruagem de armas e escoltado por soldados em uniformes cerimoniais escarlates em uma procissão solene na tarde de quarta-feira (13).

    Rei Charles, seus filhos, os príncipes William e Harry e outros membros da realeza sênior caminharam atrás.

    William e sua esposa Kate viajarão para a residência real de Sandringham, no leste da Inglaterra, na quinta-feira, para ver os buquês de flores deixados pelo público.

    A procissão cerimonial em grande escala no dia do funeral da rainha provavelmente será uma das maiores que o país já testemunhou e representará um enorme desafio de segurança.

    Espera-se que realeza, presidentes e outros líderes mundiais compareçam, embora certas nações, incluindo Rússia, Afeganistão e Síria, não tenham sido convidadas.

    O presidente dos EUA, Joe Biden, que informou que estará lá, falou com o novo rei na quarta e “transmitiu a grande admiração do povo americano pela rainha”, disse a Casa Branca. O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), também estará presente.