Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    “Regime escolheu seus candidatos”, diz opositora sobre inscritos para eleições na Venezuela

    María Corina Machado questionou a comunidade internacional se são realmente eleições quando a oposição tem candidaturas vetadas

    Candidata de oposição da Venezuela, Maria Corina Machado
    Candidata de oposição da Venezuela, Maria Corina Machado 19/01/2023REUTERS/Gaby Oraa

    Luciana Taddeoda CNN

    em Buenos Aires

    Após ter sua indicada como candidata, Corina Yoris, impedida de se inscrever no sistema eleitoral para o pleito presidencial que será realizado em 28 de julho na Venezuela, a líder opositora María Corina Machado disse nesta terça-feira (26) que o governo de Nicolás Maduro escolheu os candidatos que puderam ser inscritos.

    “Se o regime escolhe os candidatos, não são eleições”, disse Machado, afirmando que até após a meia-noite desta terça, prazo final para as inscrições de candidatos, a Mesa de Unidade Democrática (MUD) não conseguiu registrar sua aspirante à presidência, Corina Yoris.

    A sigla Um Novo Tempo (UNT), no entanto, que também apoiava Yoris como candidata no lugar de Machado – que está impedida de concorrer a cargos públicos por 15 anos – e pertence ao bloco opositor Plataforma Unitária, acabou inscrevendo o governador do estado de Zúlia, Manuel Rosales Guerreiro, como candidato presidencial.

    “A UNT sempre esteve firme com a Plataforma Unitária e acompanhou cada um dos processos políticos que nos levaram à primária [opositora] de 22 de outubro, na qual foi eleita María Corina Machado”, explica a sigla em comunicado divulgado nesta terça.

    O partido opositor explicou, no entanto, que “por circunstâncias ainda não explicadas, as forças opositoras estavam a caminho de ficar fora da corrida eleitoral e algo em que fomos claros e firmes é que a abstenção não é uma opção”.

    “Como partido comprometido com a rota eleitoral, ainda nas piores condições, tomamos uma decisão valente, histórica e responsável”, complementou a sigla, sobre a inscrição do seu candidato, que fundou o UNT, apoiou o golpe contra o ex-presidente Hugo Chávez em 2002 e competiu em eleições presidenciais em 2006 contra o falecido chefe de Estado venezuelano.

    Quando questionada sobre um possível apoio a Rosales, Machado expressou em coletiva, reiteradas vezes, que sua candidata é Corina Yoris, apesar de ela não ter conseguido se registrar.

    Procurada pela CNN, a UNT não respondeu se houve consenso com o bloco opositor Plataforma Unitária sobre a candidatura de Rosales. María Corina, no entanto, questionou a comunidade internacional se são realmente eleições se “milhões” de venezuelanos que não estão conseguindo se inscrever no exterior e no país, candidatos opositores são impossibilitados de se inscrever e se “o regime escolhe seus candidatos”.

    “Essas são perguntas que hoje cada membro da comunidade internacional que acompanhou o Acordo de Barbados e que quer um desfecho pacífico constitucional tem que se fazer”, disse a opositora, sobre a negociação entre o governo e a oposição, assinada no final do ano passado, para que haja garantias eleitorais para a realização de um processo transparente para o pleito presidencial deste ano na Venezuela.

    Segundo o CNE, pelo menos 10 candidatos puderam se registrar para as eleições de 28 de julho, entre eles Nicolás Maduro, que concorrerá ao seu terceiro mandato presidencial.