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    Recorde de infecção na Flórida exemplifica desastre de reabertura antecipada

    Liderada por Trump e aliados, estratégia está se tornando uma das piores medidas políticas e econômicas na história moderna

    Pessoas observam pôr do sol na Mallory Square, na Flórida
    Pessoas observam pôr do sol na Mallory Square, na Flórida Foto: Terry Ward

    O recorde da Flórida de ser o estado com mais casos do novo coronavírus registrados em 24 horas ressalta como a estratégia agressiva de reabertura, liderada pelo presidente Donald Trump e governadores aliados, está se tornando uma das piores medidas políticas e econômicas na história moderna.

    A Flórida teve mais de 15 mil novas infecções nesse domingo (12) – o maior número de novos casos em um único dia já registrado por qualquer estado dos EUA –, enquanto a pandemia assola os territórios do sul e oeste do país, incluindo Texas, Georgia e Arizona.

    O número foi atingido dois meses depois que muitos estados, ignorando as orientações dos governadores, reabriram bares, academias, salões de cabeleireiro e outros negócios.

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    Ao mesmo tempo, uma nova polêmica surge no país, já que Trump pretende permitir a reabertura completa de escolas, dentro de algumas semanas, após a secretária de Educação dos EUA, Betsy DeVos, falhar em desenvolver um plano para conduzir esse processo com segurança.

    A Casa Branca também intensificou uma campanha para desacreditar um dos maiores especialistas do país em doenças infecciosas, Anthony Fauci, acusando-o de cometer erros e de se recusar a priorizar os interesses do presidente, já que Fauci fala cada vez mais sobre suas preocupações com relação à reabertura do país.

    A tensão entre os dois – que atualmente não estão se falando – cresceu nos últimos tempos, e ambos passaram a responder um ao outro por meio de entrevistas e comunicados. Entre outros pontos, Fauci contestou a alegação de Trump de que “99%” dos casos do novo coronavírus nos EUA são “totalmente inofensivos”, dizendo que era “óbvio que não era o caso”.

    Mas o comportamento recente da Casa Branca representa uma escalada significativa na relação entre Trump e Fauci, pois procura desviar a atenção do fracasso do governo em conter a pandemia e focar no apelo do presidente para reabrir o país.

    A fixação de Trump em suas perspectivas eleitorais e no desejo de impulsionar um retorno econômico estavam por trás das garantias do presidente de que era seguro aliviar as medidas de isolamento, sem esperar um achatamento na curva de infecções. 

    Esse argumento foi, posteriormente, abraçado por alguns líderes republicanos, incluindo o governador da Flórida, Ron DeSantis, que agora enfrenta duras críticas enquanto o estado dele vê um salto na taxa de infecção.

    (Com informações de Stephen Collinson, Kristen Holmes e Kaitlan Collins, da CNN, em Atlanta)