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    Rapper da Catalunha é preso em ato e gera onda de protestos na região

    Pablo Hasel foi condenado em caso controverso de liberdade de expressão e tinha até a última sexta-feira para se entregar voluntariamente à polícia

    Duarte Mendonca, Al Goodman e Sarah Dean, da CNN

    A prisão do rapper catalão Pablo Hasel desencadeou diversos protestos nas cidades de Barcelona e Girona, no nordeste da Catalunha, na Espanha.

    Hasel foi preso na manhã de ontem (16) e as manifestações ocorreram no final do dia. 

    O rapper e seus apoiadores estavam ocupando a Universidade Lledia, na capital da província nordestina de Lleida, perto de Barcelona, desde segunda-feira (15).

    O pedido de prisão de Hasel foi decretado após o fim o prazo para que ele se entregasse, por causa da condenação em um caso que envolve liberdade de expressão. 

    Ele foi sentenciado a nove meses de prisão por apoiar o terrorismo e também por difamação e calúnia contra a coroa espanhola. As acusações foram baseadas em mensagens mensagens publicadas em suas redes sociais. 

     

    A sentença da Suprema Corte da Espanha obtida pela CNN condena o rapper por tweets publicados  entre 2014 e 2016 “que denegriram várias instituições ao mesmo tempo que dedicam frases que glorificam certas pessoas condenadas por terrorismo”.

    Consta no documento que na época das publicações Hasel tinha 54 mil seguidores. As autoridades “encontraram 1.915 tweets em que aparecem os termos GRAPO, Monarquia, Rei, ETA, Terrorismo, Bomba, Polícia e Guarda Civil. ”

    GRAPO é o grupo paramilitar marxista banido da Espanha, o primeiro grupo de resistência antifascista de outubro.

    O ETA era o grupo armado basco, listado como grupo terrorista pela Espanha e pela União Europeia, que matou mais de 800 pessoas em sua longa e malsucedida luta pela independência basca.

    O rapper tem publicado constantemente no Twitter desde segunda-feira, quando ocupou a universidade. 

    “Fiquei aqui sem me exilar para contribuir com a divulgação da mensagem, a mobilização e, principalmente, para fortalecer a organização.

    Eles me prenderam de cabeça erguida por não ter cedido ao seu terror, por ter contribuído com meu grão de areia para o que mencionei. Todos nós podemos fazer isso”, escreveu em sua conta.

    Na última sexta-feira (12), Hasel comentou em sua conta do Twitter o prazo para que se entregasse. 

    “Termina às 20:00 o prazo para eu entrar voluntariamente na prisão. Seria uma humilhação indigna ir por conta própria, ante sentença tão injusta, então eles terão que vir para me sequestrar”, escreveu.

    A Polícia da Catalunha, a Mossos, também usou o Twitter, dessa vez para repercutir os protestos da noite da última terça-feira. 

    “Em Girona, um grupo de pessoas com atitude violenta queimou vários contêineres e atirou pedras e material pirotécnico contra a polícia da área da Subdelegação”, diz o tuíte.

    A Anisita Internacional na Espanha publicou no Twitter, nesta terça-feira, que “Pablo Hasel ir para a prisão é INJUSTO. Não vamos parar até que sejam revogados os crimes do Código Penal que limitam a expressão artística. Casos como este não podem ser repetidos”.

    Já a Suprema Corte da Espanha disse em nota à impresse que  “a liberdade de expressão tem seus limites” e “é condicionada por outros direitos e exigências constitucionais”.

     (Texto traduzido. Clique aqui para conferir o material original em iglês)