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    Ramaphosa inicia novo mandato como presidente da África do Sul

    Congresso Nacional Africano terá que compartilhar poder com outros partidos depois de perder a maioria no Parlamento

    Siyabonga SishiThando Hlopheda Reuters

    A África do Sul fez uma exibição de pompa e cerimônia nesta quarta-feira (19) para a posse de Cyril Ramaphosa como presidente para um segundo mandato, que fará com que seu Congresso Nacional Africano compartilhe o poder com outros partidos depois de perder a maioria no Parlamento.

    Chefes de Estado e dignitários africanos se reuniram do lado de fora do Union Buildings em Pretória, sede do governo sul-africano, para assistir à chegada da comitiva de Ramaphosa com uma guarda de honra a cavalo.

    Ramaphosa chefiará o que ele chama de governo de unidade nacional com cinco outros partidos, incluindo o maior rival e crítico virulento do CNA, a Aliança Democrática pró-mercado.

    Embora os investidores tenham saudado a inclusão da AD, que quer impulsionar o crescimento por meio de reformas estruturais e políticas fiscais prudentes, os analistas dizem que as fortes divisões ideológicas entre os partidos podem tornar o governo instável.

    Pouco antes da eleição, Ramaphosa sancionou um projeto de lei sobre o Seguro Nacional de Saúde que, segundo a AD, poderia colapsar um sistema de saúde em frangalhos. Não ficou claro o que aconteceria com essa lei sob o novo governo.

    A AD defende a eliminação do principal programa de empoderamento econômico dos negros do CNA, alegando que não funcionou — um tópico altamente controverso em uma nação que luta com enormes desigualdades, algumas herdadas do apartheid.

    Ramaphosa ainda não anunciou a composição de seu novo governo, que ele terá de negociar com os membros da nova aliança.

    “O presidente não quer que o país passe por um período prolongado de incerteza”, disse seu porta-voz, Vincent Magwenya, à emissora estatal SABC.

    “Desta vez, há uma pequena camada de complexidade, pois ele precisa consultar os vários partidos que fazem parte do governo de união nacional. Essas consultas já estão em andamento. Elas continuarão, mesmo hoje à noite”, disse ele.

    O CNA, um antigo movimento de libertação, chegou ao poder sob a liderança de Nelson Mandela nas eleições de 1994 que marcaram o fim do apartheid. Outrora imbatível, perdeu seu brilho depois de presidir anos de declínio.

    Ele continua sendo o maior partido após a eleição de 29 de maio, com 159 assentos de 400 na Assembleia Nacional, mas perdeu milhões de votos em comparação com a eleição anterior em 2019. A parcela de votos da AD permaneceu estável e a legenda tem 87 assentos.

    Os eleitores puniram o CNA pelos altos níveis de pobreza, desigualdade e desemprego, criminalidade desenfreada, cortes contínuos de energia e corrupção nas fileiras do partido.

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