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    Raízes da crise estão na sabotagem a acordos, diz embaixador da Rússia na ONU

    Entre os argumentos para a ofensiva russa, Vasily Nebenzya citou o não cumprimento do Acordo de Minsk

    Renata Souzada CNN , em São Paulo

    Na reunião emergencial da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) desta segunda-feira (28), o embaixador da Rússia, Vasily Nebenzya, sugeriu que o começo dos conflitos entre país e a Ucrânia estaria no não cumprimento de acordos previamente estabelecidos.

    “A raiz das ações atuais está há muitos anos na sabotagem e na desobediência das obrigações”, afirmou. Nebenzya complementou dizendo que “recentemente, houve em Kiev um acordo para reconsiderar e para que eles cumprissem aquilo que eles assinaram em 2015”.

    O embaixador se refere ao Acordo de Minsk, em que Rússia e Ucrânia se comprometeram com um cessar-fogo e com planos de reintegração das províncias separatistas do leste ucraniano. Segundo ele, o não cumprimento do tratado seria um dos motivos da invasão russa – que já entra no quinto dia de confrontos.

    Desde que se iniciaram os conflitos, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky recebeu ajuda logística de diversos países e vem incentivando a população a resistir à ofensiva russa. Em seu discurso, Nebenzya criticou a medida: “Nossos colegas do Ocidente têm enviado ao país estruturas, equipamentos, incitando os ucranianos, que enfrentam um contingente de 120 mil militares. E estão incitando os civis a lutarem com eles.”

    “O país foi inundado de armas, que foram colocadas nas mãos de civis. As vidas de pessoas agora são responsabilidade das autoridades no poder na Ucrânia.”

    Sobre as ofensivas russas no país, o embaixador defendeu que áreas ocupadas por civis não estão sendo atacadas, em contradição com o que afirma o lado ucraniano.

    “Não há um bombardeio de áreas civis. As forças armadas russas têm controle. Essas áreas estão vivendo a suas vidas normalmente. A infraestrutura, transporte, não estão sendo atacadas. Isso inclui usinas elétricas, que estão sendo patrulhadas por russos, há polícia ucraniana no local e elas estão operando normalmente. Inclusive, Chernobyl opera normalmente”, afirmou Nebenzya.

    O embaixador ainda justificou o voto contrário da Rússia no Conselho de Segurança da ONU, que ocorreu na última sexta-feira. “Foi porque um trecho que pedimos não foi colocado. Era um documento não equilibrado e não tratava de questões que precisavam ser tratadas.”

    Na avaliação de Nebenzya, “o Conselho de Segurança não conseguiu cumprir sua responsabilidade para manutenção da paz internacional e da segurança. E ao mesmo não houve uma tentativa, nada, para tentar circular a posição da Federação Russa”.

    Embora o primeiro dia de negociação entre as delegações russa e ucraniana não tenha terminado com um acordo, o embaixador acredita que a ONU ainda pode atuar no embate. “Acho que a ONU pode ter esse papel para solucionar, erradicando os conflitos, obedecendo à carta da ONU, em aliança com o Conselho de Segurança.”

     

     

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