Além das procissões desde o Castelo de Balmoral, na Escócia, onde ela morreu, até o Palácio de Buckingham, foi realizado um grandioso funeral de Estado, que contou com um forte esquema de segurança.
Essa é a primeira cerimônia do tipo na Grã-Bretanha desde a morte de Winston Churchill, em 1965, e marca o clímax de um longo período de luto. Centenas de milhares fizeram fila por várias horas para ver o caixão no Westminster Hall, do Parlamento britânico, e eventos memoriais foram realizados em vilas, cidades e vilarejos de todo o país.
Por onde passou o caixão da rainha
Na manhã desta segunda (no horário de Brasília), o caixão foi retirado do catafalco onde estava por um grupo de carregadores do 1º Batalhão de Guardas de Granadeiros e levado em procissão de Westminster Hall para a Carruagem de Armas do Estado da Marinha Real.
De acordo com a tradição, a carruagem de armas fez uma curta viagem de New Palace Yard à Abadia de Westminster, onde houve uma cerimônia com a presença da primeira-ministra Liz Truss. O rei Charles III e outros membros da família real seguiram atrás do caixão.
Após o funeral de Estado, o caixão foi transportado do salão para o arco de Wellington –novamente com o rei Charles III liderando alguns membros da família real a pé, enquanto Camilla, a rainha consorte e outros seguiram de carro– antes de fazer sua jornada final de Londres para Windsor.
O destino foi a Capela de São Jorge, já dentro dos terrenos do Castelo de Windsor, onde foi celebrada uma missa, conduzida pelo Reitor de Windsor.
Um funeral privado para a família foi realizado na parte da tarde, e a rainha foi sepultada ao lado de falecido marido, o príncipe Philip, na Capela Memorial do Rei George VI.
Gaiteiro que acordou a rainha todas as manhãs toca para ela descansar
Durante a maior parte de seu reinado, a rainha foi despertada pelo som de gaitas de foles tocadas sob sua janela –em todas as suas residências ao redor do país. O “Piper to the Sovereign”, o Gaiteiro para o Soberano, funciona há décadas como um despertador pessoal, tocando por 15 minutos todas as manhãs, bem como em ocasiões de estado.
Os britânicos se calaram em respeito à monarca no momento que em que o relógio Big Ben tocou às 20h, no horário de Londres (16h no horário de Brasília).
Militares ficaram em posição de ordem e toda a nação da Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte se colocou em admiração à rainha.
A fila, também conhecida como The Queue, se estendeu por vários quilômetros ao longo de dias. As pessoas esperaram por horas, principalmente durante a noite, com pouca oportunidade de descansar enquanto a fila continua em movimento.
Veja quem são as pessoas que esperaram horas para dar o adeus à rainha
Uma das pessoas que decidiram se juntar à multidão de súditos e esperar para se despedir da monarca foi o ex-jogador da Inglaterra David Beckham, um dos maiores ídolos da seleção do país.
Beckham disse que todos estavam lá para celebrar a rainha, descrevendo a experiência como “especial”.
Rei Charles e príncipe William cumprimentam súditos
A realeza foi vista apertando a mão de simpatizantes perto de Lambeth Bridge.
Algumas pessoas gritaram “Deus salve o rei” quando Charles passou e uma mulher ergueu um brinquedo Paddington Bear – o urso fictício tornou-se associado à rainha desde que ela apareceu em um esboço ao lado do personagem durante as celebrações do Jubileu de Platina.
Bolsonaro visita caixão e assina livro de condolências
Em seguida, o presidente assinou o livro de condolências e prestou uma homenagem à rainha: “Nossos sentimentos à família rainha e ao povo do Reino Unido. No Brasil, temos forte em nossa lembrança ainda sua passagem por lá, em 1968. Por tudo que ela representou para o seu país e para o mundo, o momento é de pesar e de reconhecimento de tudo que ela fez pelo mundo”.
Guarda desmaia durante velório
Um dos oficiais que guardava o caixão da rainha Elizabeth II, em Westminster Hall, o parlamento do Reino Unido, desmaiou e precisou ser socorrido. Detalhes sobre o incidente não foram divulgados.
A imagem mostra que enquanto os guardas estavam conduzindo a troca, o homem cai com o rosto no chão, sendo amparado posteriormente.
Desde que a monarca subiu ao trono, em 1952, a letra dizia “God Save the Queen”, que, em tradução livre, significa “Deus, salve a Rainha”.
Mas como o título e os trechos da canção são adaptados conforme o gênero do atual monarca, agora, com o rei Charles III ascendendo ao trono, os britânicos voltarão a cantar “God Save the King”, ou seja, “Deus, salve o Rei”, assim como na época do rei George VI, pai de Elizabeth.
A polícia interveio e, em alguns casos, prendeu manifestantes, levantando sérias questões sobre a maneira como a dissidência está sendo reprimida no país.
Liberty, um grupo de defesa dos direitos civis, expressou sua preocupação, dizendo em um comunicado: “É muito preocupante ver a polícia aplicando seus amplos poderes de uma maneira tão pesada e punitiva para reprimir a liberdade de expressão”.