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    “Quero ser chamado para lutar”, diz à CNN reservista brasileiro em Israel

    Brasileiro que vive há oito anos no país afirma que soldados aguardam para entrar em Gaza e vê escalada do confronto com o Hamas como "inevitável"

    Ataque de Israel a Gaza
    Ataque de Israel a Gaza 11/10/2023REUTERS/Saleh Salem

    Clarissa Oliveira

    À espera de um sinal verdade por parte das Forças de Defesa de Israel (FDI), jovens soldados israelenses alimentam há dias a expectativa sobre uma eventual entrada em Gaza, conforme relatou à CNN o empresário Guilherme Rabinovitsch.

    Casado e pai de uma menina de 2 anos, o jovem reservista de 25 anos diz esperar sua vez de ser chamado para o combate. Para ele, há um “sentimento geral” de que a entrada em Gaza é “inevitável”.

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    “Eu, por mais que ainda não tenha sido convocado, estou roendo as unhas, os dedos, para ser convocado. Por mais que eu tenha a minha esposa em casa, a minha filha de 2 anos. É um sentimento nacional, uma comoção nacional. Eu sei que não posso estar do lado de fora”, disse Rabinovitsch.

    O empresário, que serviu como tanquista no Exército israelense, tem uma lesão pregressa no ombro. Por isso não está entre os primeiros convocados, mas pode ser chamado a qualquer momento. Ele diz ter muitos amigos no front, entre eles seu irmão de 23 anos, alocado na fronteira do norte. E afirma que mantém contato constante com os colegas.

    “A gente quer garantir que o poder militar do governo do Hamas vai deixar de existir dentro da Faixa de Gaza. Isso não pode continuar. Israel não quer um vizinho que é terrorista, que amedronta, que joga mísseis, que é brutal, que faz atos que não são aceitos pela humanidade”, afirmou.

    Segundo ele, grande parte do empenho está em trazer os reféns de volta. E também em evitar que os ataques da semana passada se repitam no futuro.

    Insistindo em distinguir o Hamas da população palestina, ele diz não se tratar de revanchismo ou de vingança. O que motiva os soldados, afirma, é a ideia de que é preciso cumprir um “contrato” de Israel com seu povo.

    “O sentimento não é de vingança. Tem muita gente que acredita na vingança, mas a gente não fala em manter a equação igual. Esta não é a ideia. O sentimento que a gente tem é que, depois da brutalidade do último sábado, que foi cometida, o governo tem um contrato com a população. O Exército tem um contrato com a população, de dar segurança para ela, para a sociedade”, afirmou. “Esse contrato foi rasgado. É esse sentimento a gente quer devolver para a população.”

    Guilherme vive na cidade de Petah Tikva, que fica perto de Tel Aviv. Desde o primeiro contato com a CNN, no fim da manhã desta segunda-feira, as sirenes anunciando potenciais bombardeios soaram duas vezes, demandando que ele descesse para o bunker que existe abaixo do prédio onde vive.

    Na cidade, entretanto, há um clima de “vida praticamente normal”, segundo o empresário. Ele conta que o pequeno comércio local funciona normalmente e muitos estão trabalhando, mesmo que em condições excepcionais.

    Questionado se gostaria de retornar ao Brasil, Rabinovitsch é categórico em dizer que não tem planos de deixar Israel. Mesmo que haja uma escalada do conflito.